Atenção aos aumentos da eletricidade em julho

A partir de 1 de julho, os preços da eletricidade vão subir significativamente. Aproveite para fazer contas e procurar a melhor oferta.

Vêm aí aumentos relevantes na eletricidade e são poucos os que já se aperceberam disso e que estão atentos para agir rapidamente antes de receberem faturas muito mais elevadas do que aquelas a que estão habituados. Se acontecer como de costume, a maior parte das pessoas vai reclamar, chamar nomes feios às empresas e aos governantes e… pagar.

É aqui que entra literacia financeira. Temos de aprender a ler a nossa fatura de eletricidade e a saber comparar entre empresas e ter a “coragem” de mudar para uma empresa mais barata as vezes que forem necessárias para ficarmos com mais dinheiro do nosso lado, em vez de o entregarmos de mão beijada às grandes empresas.

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A que deve estar atento na fatura de eletricidade?

Em primeiro lugar, tem de perceber o que é o kWh e a potência contratada. Sabendo o custo destas duas parcelas e onde elas se encontram na sua fatura, fica a saber tudo o que precisa para começar a poupar. Vou dar-lhe alguns valores de referência a partir de 1 de julho de 2023.

A ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos) mudou as regras e reduziu o desconto que o Estado estava a dar a todos os consumidores em Portugal (em todas as empresas). A partir de 1 de julho, o desconto de -9,5 cêntimos vai passar a ser apenas de -1,2 cêntimos. Ou seja, todas as comercializadoras de energia vão ter de aumentar os preços em cerca de 8 cêntimos. É um aumento muito expressivo.

Agora vamos ao que interessa: algumas empresas vão absorver esse aumento e manter os preços mais ou menos como estão e outras vão quase duplicar os preços. E, legalmente, não têm de avisar ninguém, porque o aumento não é da parte deles. É do Estado.

A eletricidade nos tarifários indexados - que estava quase de graça - vai subir para cerca de 10 cêntimos/kWh. É 5 vezes mais do que o que os clientes estavam habituados a pagar. Mas o ponto importante é que, mesmo assim, muito provavelmente vai continuar a ser o melhor ou um dos melhores tarifários do mercado. Para ter um termo de comparação, o mercado regulado de eletricidade (SU Eletricidade) vai manter os 16 cêntimos/kWh.    

Enquanto os preços da energia no mercado grossista continuarem baixos, o tarifário indexado vai ser 40% mais barato do que o regulado. A questão é ir sempre comparando com os preços das outras empresas do mercado liberalizado (EDP, Endesa, Goldenergy, Iberdrola, Repsol, etc…). Sempre que for abaixo dos 16 cêntimos do regulado será uma boa opção que deve considerar. Se for superior a 16 cêntimos mude para a SU Eletricidade ou outra que faça menos de 16 cêntimos/kWh. Estes valores vão passar a ser a sua referência nos próximos meses, pelo menos até dezembro.

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Faça contas e mude

Temos de mudar o chip e assumir as rédeas dos nossos gastos mensais. Tem de estar atento e não estar à espera que seja o Estado a cuidar das suas despesas. Se nunca se mexer e continuar sempre na mesma empresa, pode estar a desperdiçar anualmente centenas de euros.

Use o simulador de eletricidade da ERSE para, de 3 em 3 meses, fazer as contas e perceber se há empresas que estão a fazer preços mais baratos do que aqueles que tem. E mude!

Recentemente, uma senhora contactou-me dizendo que finalmente conseguiu arranjar coragem para mudar de empresa de eletricidade. Coragem?! Como assim, “coragem”?

Você não precisa de coragem para ser inteligente. Ninguém lhe vai fazer mal por cuidar das suas finanças pessoais. As empresas é que têm de andar atrás de si e não você atrás delas. Às vezes penso que o mundo está todo ao contrário. 

Em resumo, compreenda que os preços da eletricidade em geral vão aumentar a partir de julho. Mas há empresas que, mesmo assim, vão ser mais baratas do que outras. E que nem sempre as empresas maiores são as que têm os melhores preços. É você que manda. 

Fixe a marca dos 0,16 €. Se notar que está a pagar mais do que isso, tem mais barato no mercado. Se não mudar, estará a deixar dinheiro janela fora, sem necessidade.

Leia ainda: Contrato de eletricidade: O que deve saber e fazer antes de assinar

Pedro Andersson nasceu em 1973 e apaixonou-se pelo jornalismo ainda adolescente, na Rádio Clube da Covilhã. Licenciou-se em Comunicação Social, na Universidade da Beira Interior, e começou a carreira profissional na TSF. Em 2000, foi convidado para ser um dos jornalistas fundadores da SIC Notícias. Atualmente, continua na SIC, como jornalista coordenador, e é responsável desde 2011 pela rubrica "Contas-Poupança", dedicada às finanças pessoais. Tenta levar a realidade do dia a dia para as reportagens que realiza.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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