Está atento às suas comissões bancárias?

Sabe quanto paga de comissões bancárias? Consulte o extrato e faça contas. E avalie se alguma destas dicas podem ajudá-lo a poupar.

Costumo dizer que há um “comilão” que vai à sua conta bancária durante a noite, todos os meses, tirar-lhe dinheiro sem que você se aperceba. Como são valores muito pequenos (depende da perspetiva, claro) a maior parte das pessoas não se apercebe e anda alimentar mensalmente um mealheiro que não é deles. São as comissões bancárias.

No momento em que escrevo esta crónica, acabo de fechar mais uma conta porque o Banco CTT decidiu passar a cobrar comissões de manutenção de conta. Era um banco “zero” e foi criado à volta desse conceito. Há uns anos, o banco já tinha abandonado esse caminho ao anunciar a cobrança da anuidade do cartão de débito (multibanco) e nessa altura devolvi o cartão mas mantive a conta aberta. Agora já não tenho por onde continuar. Tenho o compromisso comigo mesmo de que não pagarei comissões bancárias a menos que seja mesmo obrigado a isso por não ter alternativas.

A pensar nisto, vou deixar-lhe algumas dicas simples para poupar nas comissões bancárias.

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1. Avalie se precisa mesmo dessa conta

Se não precisa dessa conta bancária, encerre-a. Simples. 5 euros por mês são 60 euros ao fim do ano. É o equivalente a uma fatura de eletricidade;

2. Contrate uma "conta pacote" e reduza as comissões bancárias

Se não pode encerrar a conta, porque tem lá o crédito à habitação (é o meu caso na CGD), contrate o tipo de “conta pacote” que melhor preenche as suas necessidades. Por exemplo, escolhi um pacote que é mais barato do que a soma das anuidades dos cartões bancários que necessito e ainda fiquei com as transferências grátis para outros bancos;

3. Poupe nas comissões com uma conta de serviços mínimos

Se só tiver essa conta bancária em Portugal, pode pedir para transformar a sua conta numa conta de serviços mínimos bancários. Só paga cerca de 5 euros por ano e tem um cartão de débito grátis. Tudo o resto tem de pagar à parte. É uma excelente opção para pessoas com mais idade que pagam comissões sem necessidade nenhuma. Veja se é a solução ideal para os seus pais ou avós, ou mesmo para si. Informe-se sobre como funciona esta conta na página do Banco de Portugal.

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4. Pergunte como pode ficar isento de comissões bancárias

Pergunte no seu banco onde paga comissões como pode ficar isento dessas comissões bancárias. Por vezes basta domiciliar o seu ordenado. Ou, como fiz no caso do Bankinter, faço uma transferência de um valor semelhante a um ordenado (800 euros) e uns dias depois volto a colocar esse dinheiro na minha conta “normal”.

Assim não pago comissões e ainda ganho dinheiro por ter o dinheiro nessa conta à ordem (tem um juro de 5% no primeiro ano e 2% no segundo, até um limite máximo de 5 mil euros);

5. Avalie trocar para um banco mais pequeno

Os bancos mais baratos (grátis) são normalmente os mais pequenos ou exclusivamente online. Estaria disposto a fechar a sua conta num banco grande e clássico para passar a trabalhar apenas com um banco menos conhecido? Por vezes o medo impede-nos de poupar. São bancos como os outros e se por algum motivo ficar insatisfeito é só voltar ao antigo e voltar a pagar comissões.

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6. Evite fazer movimentos no balcão

Evite por todos os meios fazer movimentos e levantamentos de dinheiro ao balcão. É o método mais caro que existe. Prefira sempre fazer tudo através do multibanco, pelo homebanking, app do banco ou MBway. Pode poupar muito dinheiro com o mesmo resultado, fazendo tudo através de meios digitais.

Em resumo, como os juros do Banco Central Europeu estão historicamente baixos e a Euribor está negativa desde 2015, os bancos estão a ter dificuldade em manter os lucros que tinham antes e estão a “vingar-se” nas comissões. Vão continuar a aumentar, não duvide.

Mas, enquanto houver alternativas, vai continuar a pagar (e muito) porquê? Veja o Extrato de comissões que o seu banco emite todos os anos em janeiro. Se ainda não o recebeu este ano, deve estar a recebê-lo nos próximos dias ou semanas. Leia-o e assuste-se (ou não).

Acompanhe os artigos de Pedro Andersson

Pedro Andersson nasceu em 1973 e apaixonou-se pelo jornalismo ainda adolescente, na Rádio Clube da Covilhã. Licenciou-se em Comunicação Social, na Universidade da Beira Interior, e começou a carreira profissional na TSF. Em 2000, foi convidado para ser um dos jornalistas fundadores da SIC Notícias. Atualmente, continua na SIC, como jornalista coordenador, e é responsável desde 2011 pela rubrica "Contas-Poupança", dedicada às finanças pessoais. Tenta levar a realidade do dia a dia para as reportagens que realiza.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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