Crédito

Consolidar créditos: Quais as opções para poupar?

Consolidado ou multiopções? São duas opções para consolidar créditos e reduzir o peso das prestações ao final do mês. Perceba as diferenças.

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Consolidar créditos: Quais as opções para poupar?

Consolidado ou multiopções? São duas opções para consolidar créditos e reduzir o peso das prestações ao final do mês. Perceba as diferenças.

Fez um crédito automóvel, um crédito pessoal e tem ainda um cartão de crédito? Se se revê neste caso ou noutro parecido, sabe que as prestações de todos este empréstimos podem ter um peso relevante nas finanças pessoais. Além disso, com taxas de juro e prazos de pagamento diferentes para cada um deles, pode ser difícil manter estas despesas sob controlo. Para facilitar e poupar, pode consolidar os créditos.

E saiba que há mais do que uma forma de o fazer. Pode recorrer ao crédito consolidado mais tradicional, mas também pode fazer um crédito multiopções e dar a sua casa como garantia. Conheça casos reais de pessoas que pouparam com estas soluções.

Poupar com o crédito consolidado

Com o crédito consolidado junta todas as prestações dos outros créditos numa só. Mas como? Se tiver mais do que um crédito ao consumo, este novo crédito vai servir para pagar as dívidas dos contratos que tinha a correr. No entanto, tenha em conta que só pode recorrer a esta solução se não tiver prestações em atraso nos outros créditos.

Neste tipo de financiamento pode conseguir negociar taxas de juro mais baixas do que a média das taxas que pagava pelos outros créditos. Assim, vai ficar a pagar menos todos os meses e conseguir uma folga para fazer face a outras despesas, tanto as planeadas como as imprevistas. Em alguns casos, o crédito consolidado pode permitir poupar 60% por mês em relação àquilo que estava a pagar.

Para ter uma noção do que pode poupar, vamos partilhar um caso real: o João (nome fictício) tinha sete cartões de crédito, cuja dívida total ascendia a 22.855 euros. Tudo isto traduzia-se num encargo mensal a rondar os 1.450 euros. Pediu ajuda e conseguiu um financiamento de 23.000 euros, a pagar em 84 meses (sete anos), com uma Taxa Anual Nominal (TAN) de 13,70%.

Com isto, o João passou a pagar 442 euros por mês (menos 1.008 euros do que pagava). Ou seja, poupou quase 70% por recorrer ao crédito consolidado, com a ajuda do Doutor Finanças.

Leia ainda: 7 perguntas frequentes sobre o crédito consolidado

Consolidar créditos com o multiopções

O crédito multiopções é semelhante ao crédito habitação, já que permite fazer uma segunda hipoteca sobre a sua casa para conseguir mais financiamento. No fundo, está a dar o imóvel como garantia para que o banco lhe empreste mais dinheiro.

Por ser um crédito hipotecário, as taxas de juro e os prazos de financiamento são semelhantes às de um crédito habitação normal. Assim, os juros que vai pagar são mais baixos do que a média dos juros dos outros empréstimos.

Na hora de fazer um crédito multiopções, há aspetos que deve ter em atenção, tais como o rácio LTV, a taxa de esforço e a finalidade do crédito.

Leia ainda: Crédito multiopções: Reduza as dívidas através do empréstimo da sua casa

O LTV

O LTV (loan-to-value) não é mais do que o rácio entre o valor total financiado e o valor do imóvel. Quando um crédito hipotecário não tem como objetivo o pagamento de habitação própria e permanente, as regras do Banco de Portugal dizem que o LTV não pode ser superior a 80%.

Por outras palavras, o banco não pode emprestar mais do que 80% do valor do imóvel. É este o caso do crédito multiopções. No entanto, tenha em conta que os bancos podem aplicar um rácio mais baixo, pelo que deve informar-se bem antes de avançar.

Mas como é que vou calcular o LTV se já estou a pagar uma casa ao banco? Neste caso, o banco vai ter em conta o valor pedido e o capital em dívida do crédito habitação. Imaginemos que a sua casa vale, atualmente, 200 mil euros e a dívida do crédito habitação está nos 120 mil euros.

Neste caso, se assumirmos que o banco permite um LTV de 80%, ainda pode pedir 40 mil euros (120 mil + 40 mil = 160 mil). Por outro lado, se já só faltassem pagar 100 mil, podia pedir até 60 mil euros.

Leia ainda: O que é o LTV?

A taxa de esforço

No caso da taxa de esforço, o Banco de Portugal diz que o peso das prestações de crédito, todas somadas, não pode ser superior a 50% do rendimento mensal. Assim, quando for pedir o crédito multiopções, deve garantir que cumpre esta condição.

E mesmo que o seu objetivo seja consolidar outros créditos, o banco vai tê-los em conta na hora de calcular a taxa de esforço. Isto porque o abate dessas dívidas só vai acontecer depois de receber o empréstimo. Até lá, elas contam para o cálculo.

Ou seja, se tem prestações totais de 500 euros e pedir um crédito que representa 300 euros, para fazer os cálculos da taxa de esforço, as instituições vão considerar os 800 euros.

A finalidade

Antes de contratar o crédito multiopções, confirme que o banco lhe empresta o dinheiro com o objetivo que quer. É que por ser um crédito hipotecário, há instituições que só o concedem para fins relacionados com a habitação, como obras ou compra de mobiliário.

Além disso, a instituição pode considerar que não reúne as condições para aumentar o seu nível de endividamento.

Leia ainda: Crédito pessoal: O que se pode fazer para baixar a prestação?

O impacto de contrair um crédito multiopções

Passemos a um caso real: a Ana (nome fictício) quis renegociar o seu crédito habitação e tentar consolidar outros créditos através de uma segunda hipoteca da casa. A dívida do crédito habitação era de 62.790 euros. Este empréstimo estava indexado à Euribor a 12 meses, com um spread de 1,15% e uma prestação de 355 euros durante 28 anos.

Além disso, tinha também um crédito pessoal (a pagar em cinco anos) e cartões de crédito no valor de 58 mil euros, a que correspondia uma prestação de 412 euros. Somando todas as prestações, a Ana pagava 767 euros por mês.

Ao renegociar o crédito habitação, ficou com uma taxa mista, fixa durante os primeiros dois anos no valor de 2,5%. Além disso, manteve o prazo de pagamento nos 28 anos e, com isto, a prestação passou para 246 euros.

Mas a Ana fez ainda uma segunda hipoteca sobre a sua casa e pediu 73 mil euros ao banco através de um crédito multiopções, não só para abater as outras dívidas, mas também para conseguir um financiamento extra para outas despesas. A taxa de juro e o prazo de pagamento negociados foram iguais aos do crédito habitação e a Ana passou a pagar 293 euros por mês.

No total, o encargo com prestações de crédito passou a ser de 539 euros. Assim, a Ana passou a pagar menos 228 euros por mês, numa poupança de quase 30%.

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Mas atenção. É preciso ter cuidado com o recurso ao multiopções para pagamento de outras dívidas, assim como à consolidação de crédito. São duas ferramentas que podem ser importantes e permitir que tenhamos as nossas finanças em dia. Contudo, se não fizermos uma utilização responsável do crédito podemos criar problemas maiores.

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