São cada vez mais os estrangeiros que estão a pedir crédito em Portugal. No ano passado, o seu peso no total de novos empréstimos concedidos voltou a aumentar, sobretudo no que respeita ao crédito para a compra de casa. Esta é uma das conclusões da análise publicada pelo Banco de Portugal, que mostra que os estrangeiros já são responsáveis por 14% do novo crédito habitação concedido pelos bancos.

Esta análise, que faz uma caracterização sociodemográfica dos novos empréstimos realizados no ano passado, revela também que as mulheres contraíram mais créditos do que os homens, mas que os montantes obtidos pelo sexo masculino foram superiores.

Isto num ano em que, apesar da subida expressiva dos juros, a concessão de crédito pelos bancos portugueses voltou a crescer.

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Bancos concederam mais 6 mil milhões de euros em novos créditos

Os bancos residentes em Portugal realizaram, no ano passado, 2 milhões de novos contratos de crédito, o que compara com 1,6 milhões em 2021. No total, foram concedidos 28 mil milhões de euros, mais 6 mil milhões em relação ao ano anterior (22 mil milhões).

O número de mulheres que obtiveram crédito foi superior ao número de homens em todos os tipos de crédito, com exceção do crédito automóvel. No entanto, e excetuando apenas o crédito à habitação, o valor médio dos créditos obtidos por homens foi superior ao valor médio dos obtidos por mulheres.

Os estrangeiros também aumentaram o seu peso na concessão total de novos financiamentos em Portugal: 11% das pessoas que obtiveram crédito são estrangeiras, metade das quais de nacionalidade brasileira, e a maioria residente na Área Metropolitana de Lisboa.

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Crédito habitação a estrangeiros: Brasil lidera tabela

A análise do Banco de Portugal mostra que, do total de novos créditos habitação concedidos no ano passado, 14% foram a cidadãos estrangeiros, um crescimento face aos 11,8% de 2021. Mas, tal como nesse ano, os brasileiros lideraram a tabela, tendo sido responsáveis por 1 em cada 5 novos contratos para a compra de casa (20%), realizados por estrangeiros. Depois do Brasil, o Reino Unido é a nacionalidade com mais peso (12%), seguido dos Estados Unidos (9%), França (8%) e Angola (7%).

Considerando os créditos habitação concedidos a pessoas reformadas, também aí os estrangeiros têm um peso significativo, tendo sido responsáveis por cerca de metade dos novos contratos feitos em Portugal. Foram, maioritariamente, cidadãos do Brasil e dos Estados Unidos.

Se olharmos apenas para a região do Algarve, conhecida como destino preferencial dos reformados estrangeiros que escolhem viver em Portugal, 85% dos novos créditos habitação realizados por reformados foram de cidadãos de outros países, maioritariamente dos Estados Unidos, Reino Unido e Suécia.

Crédito habitação: Valor mediano subiu para 112 mil euros

No total, os bancos portugueses concederam crédito habitação a 169 mil pessoas em 2022 (portugueses e estrangeiros), mais 2 mil face ao ano anterior. O valor mediano dos contratos também aumentou, tendo passado de 100,3 mil euros, em 2021, para 112,5 mil euros no ano passado.

61% do crédito à habitação concedido em 2022 foi contratualizado com pessoas com idade até 40 anos e 19% com pessoas com idade até 30 anos. Apenas 1% do montante total foi obtido por pessoas reformadas.

Em termos geográficos, duas em cada três pessoas que contraíram crédito à habitação residiam na região Norte e na Área Metropolitana de Lisboa, e a maioria trabalhava por conta de outrem e tinha um nível de escolaridade superior.

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Mais 94 mil pessoas pediram crédito pessoal

O Banco de Portugal revela que, no ano passado, 538 mil pessoas contraíram um crédito pessoal, mais 94 mil do que em 2021. No que respeita ao crédito automóvel, foram feitos 226 mil contratos, mais 4 mil do que no ano anterior.

A maioria das pessoas que contraíram estes empréstimos tinha menos de 50 anos, estava empregada por conta de outrem e tinha o ensino secundário ou superior completos.

8% do crédito pessoal e 9% do crédito automóvel foi concedido a estrangeiros, com os brasileiros a terem um peso de 53% no crédito pessoal e 70% no crédito para a compra de carro.

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