A subida das taxas Euribor tem imposto um pesado aumento de custos às famílias portuguesas que contraíram empréstimos para a compra de casa. Prova disso é que a prestação média do crédito habitação agravou-se em 40% no último ano.

Segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em julho, os portugueses pagavam, em média, uma prestação mensal de 370 euros, mais 9 euros do que no mês anterior. No entanto, se recuarmos a julho do ano passado, o acréscimo é de 106 euros, o que traduz um aumento de 40,2%.

Nessa altura, a prestação média do crédito habitação era de 264 euros, e apenas 17% deste valor correspondia ao pagamento de juros. Uma realidade muito diferente da atual, em que mais de metade do valor já diz respeito aos juros. Os dados do INE mostram que dos 370 euros que as famílias pagam, em média, ao banco, todos os meses, 204 euros (55%) correspondem a pagamento de juros e 166 euros (45%) a capital amortizado.

Se tivermos em conta apenas os contratos mais recentes, celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação desceu 5 euros, em julho, face ao mês anterior, fixando-se nos 604 euros. Neste caso, trata-se de uma subida de 42,1% no último ano.

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Juros do crédito habitação em máximos de mais de 14 anos

O agravamento significativo do valor médio de prestação mensal pago pelas famílias é o reflexo da subida dos juros, iniciada no primeiro trimestre do ano passado, e que se deverá manter pelo menos até ao final deste ano.

De acordo com o INE, no mês passado, a taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação foi 3,878%, o valor mais elevado em mais de 14 anos. É preciso recuar a abril de 2009 para encontrar uma taxa de juro mais alta (4,066%).

O valor registado em julho traduz um aumento de 22,9 pontos base em relação ao mês anterior, altura em que a taxa de juro média estava nos 3,649%.

Já no que respeita aos contratos mais recentes, celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro subiu de 4,132% em junho para 4,173% em julho (aumento de 4,1 pontos base), atingindo o valor mais elevado desde abril de 2012.

Para o destino de financiamento Aquisição de Habitação, o mais relevante no conjunto do crédito à habitação, a taxa de juro implícita para o total dos contratos subiu 22,7 pontos base, passando de 3,631%, em junho, para 3,858% em julho. Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro subiu 3,8 pontos base face ao mês anterior, fixando-se em 4,161%.

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Capital médio em dívida sobe 259 euros

Os dados do INE mostram ainda que, em julho, o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos subiu 259 euros face ao mês anterior, fixando-se em 63.555 euros.

Para os contratos celebrados nos últimos três meses, o montante médio em dívida foi 123.098 euros, mais 528 euros do que em junho.

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