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Subida dos juros: “Nunca foi tão relevante o papel de um intermediário”

A Convenção Comercial do Doutor Finanças reuniu parceiros para discutir os desafios do crédito habitação no contexto atual de subida de juros.

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Subida dos juros: “Nunca foi tão relevante o papel de um intermediário”

A Convenção Comercial do Doutor Finanças reuniu parceiros para discutir os desafios do crédito habitação no contexto atual de subida de juros.

Os desafios do crédito habitação em contexto de inflação e subida de juros deram o mote da discussão na primeira Convenção Comercial Doutor Finanças, no Royal Óbidos Spa & Golf Resort. O debate contou com a participação de vários responsáveis do setor financeiro: (da esquerda para a direita na foto) Cláudio Santos, do Doutor Finanças, Sandra Dias (Novo Banco), Alberto Torres (BPI), Renata Carvalho (Bakinter) e Francisco Ferreira Lima (Caixa Geral de Depósitos).  

Numa altura em que as taxas Euribor já estão em terreno positivo e o Banco Central Europeu (BCE) já anunciou que as taxas de juro vão subir, surgem questões sobre o impacto que terá na operação de crédito habitação dos bancos.

Sandra Dias, diretora de Marketing e head of Banking Partnerships do Novo Banco admite que a banca tem vindo a preparar-se ao longo do tempo. “Obviamente que nós não íamos ter taxas negativas a vida toda. Temos alguma memória. Ao preparar-nos para isto significa que nós também já começámos a habituar o mercado, seja por vontade própria, seja por obrigatoriedade da parte do regulador, que algumas condições nós não podemos fazer”, afirma a diretora de Marketing e head of Banking Partnerships do Novo Banco.  

Francisco Ferreira Lima, diretor de Marketing Redes Externas e Intermediação de Crédito da Caixa Geral de Depósitos (CGD), também acredita que a inflação e a subida de juros não vão prejudicar o negócio de crédito habitação. “Os preços do imobiliário vão estabilizar, os spreads vão estabilizar. O custo do dinheiro vai aumentar pela subida dos juros. Há um ajustamento, mas o mercado continua na mesa. O negócio [crédito habitação] vai continuar”, defende o responsável da CGD.  

Também Cláudio Santos, chief commercial officer (CCO) do Doutor Finanças, acredita que vai continuar a haver crescimento, apontando para outro fator relevante: a pressão da procura sobre a oferta. Além disso, o CCO da fintech admite que vamos assistir a uma "luta por quota" por parte dos bancos, o que também não fará a operação de crédito habitação abrandar.

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Toda esta conjuntura vai impactar o orçamento das famílias, ainda assim, Francisco Ferreira Lima acredita que não vai haver incumprimento no que diz respeito ao crédito habitação.  

Reforçando esta ideia, Sandra Dias aponta para a taxa de poupança das famílias. “O volume de depósitos aumentou muitíssimo no período da pandemia. Nós percebemos que as famílias estão com alguma almofada”, indica, demonstrando que os portugueses se têm vindo a preparar para períodos de maior instabilidade.  

Em momentos de maior incerteza financeira, é importante rever encargos e tomar decisões. O diretor de Marketing Redes Externas e Intermediação de Crédito da CGD salienta que “nunca foi tão relevante o papel de um intermediário de crédito” para aconselhar e ajudar as famílias a tomar as “decisões certas”.  

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Taxa fixa para combater a subida dos juros? 

Esta subida das taxas de juro, e o facto de não se saber até onde podem subir, está a levantar dúvidas para aqueles que têm um crédito habitação a decorrer, assim como a quem pretende comprar casa através de um crédito habitação. Perante o cenário atual, surgem questões sobre as alternativas às taxas Euribor, sendo as taxas fixa e mista opções a ponderar.  

Por um lado, a taxa fixa garante a segurança de saber quanto será a prestação mensal até ao final do contrato. Alberto Torres, diretor Nacional de Parcerias do Banco BPI, traça o perfil de um cliente que deve optar por taxa fixa. “Se há pouca margem para derrapar no orçamento, se a taxa de esforço está no limite, a taxa fixa é mais segura”, afirma.  

Assim, um cliente que opta por uma taxa fixa é, regra geral, mais adverso ao risco, encontra-se no limiar da sua taxa de esforço ou dá mais privilégio à segurança.  

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No caso da taxa mista, esta "congela" a taxa de juro durante um período inicial e no restante prazo passa a variável, logo sujeita às variações da Euribor. Renata Carvalho, responsável da Área de Parcerias do Bankinter, aponta para a taxa mista como uma opção segura, já que o período em que a taxa de juro é fixa diz respeito "eventualmente ao tempo que nós achamos que vai haver a maior escalada de taxas de juro, onde se vai sentir mais a subida".  

Leia ainda: Vale a pena esperar que as taxa de juro desçam para comprar casa?

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