A fatura do gás natural para os clientes que permanecem no mercado regulado vai aumentar 1,5% a partir de outubro. Esta subida decorre da atualização das tarifas e preços do gás natural, por parte da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) para o período entre 1 de outubro de 2025 e 30 de setembro de 2026.
“No mercado regulado, os preços de venda a clientes finais para consumos inferiores ou iguais a 10 000 m3 /ano, essencialmente consumidores domésticos, apresentam uma variação tarifária de + 1,5%, face ao ano gás 2024-2025”, informa a ERSE em comunicado.
Aumento do preço do gás: Qual o impacto para as famílias?
De acordo com a ERSE, para as tipologias de consumo mais representativas – casal com dois filhos e casal sem filhos – o aumento será entre 0,21 e 0,36 euros na fatura mensal. No caso de um casal sem filhos, com um consumo de 1.610 kWh/ano (1.º escalão de consumo), a fatura mensal aumenta dos atuais 16,02 euros para 16,38 euros a partir de outubro.
Já no caso de um casal com dois filhos, com um consumo de 3.407 kWh/ano (2.º escalão de consumo), que pague atualmente 30,52 euros, a fatura sobe para os 30,73 euros.
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Preços subiram, em média, 4,6% nos últimos cinco anos
O aumento agora anunciado é inferior ao dos últimos anos, o que se explica, segundo a ERSE, “pela diminuição, em cerca de 9%, da previsão do preço de aquisição do gás natural pelos comercializadores de último recurso (CUR), fruto do decréscimo do preço do petróleo, entretanto ocorrido nos mercados de futuros”.
Com esta decisão de tarifas, os preços de venda a clientes finais do mercado regulado observarão, no conjunto dos últimos cinco anos, uma variação média anual de 4,6% no preço final.
Segundo o regulador, permaneciam no mercado regulado, em fevereiro de 2025, 440 mil consumidores em Portugal.
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Fatura do gás: O que acontece no mercado liberalizado?
No mercado liberalizado, onde estão cerca de 1,1 milhões de consumidores, os preços pagos na fatura mensal são influenciados apenas parcialmente pelas decisões do regulador. Isto porque as tarifas de Acesso às Redes, que são definidas pela ERSE e aplicadas aos comercializadores (que as repercutem no preço pago pelos clientes) são apenas uma parte da fatura. Os restantes elementos (preço da energia e margem de comercialização) variam entre comercializadores e dependem da oferta comercial contratualizada pelo cliente.
Considerando apenas a variação anunciada na tarifa de Acesso às redes, os consumidores em Baixa Pressão, com consumos inferiores ou iguais a 10.000 m3 /ano, onde se incluem os consumidores domésticos, sentirão um aumento de 0,34 cêntimos de euro por kilowatt-hora. Já para os consumidores não-domésticos, ligados em Alta Pressão (Indústria), Média Pressão e Baixa Pressão com consumos superiores a 10.000 m3 /ano, a variação das tarifas de Acesso às Redes é estimada em aumentos entre os 0,03 e os 0,15 cêntimos de euro por kilowatt-hora.
“Os aumentos das tarifas de Acesso às Redes impactam nos preços de venda a clientes finais do mercado livre, antes de taxas e impostos, correspondendo em termos percentuais a um acréscimo de 0,7% para os fornecimentos em AP e a um acréscimo de 1,5% para os fornecimentos em MP e BP”, detalha a ERSE. “Para os fornecimentos em BP, o impacte médio da variação das tarifas de Acesso às Redes nos preços de venda a clientes finais do mercado livre corresponde a um aumento de 4,6%”.
No entanto, como explica o regulador, o impacto da subida da tarifa de Acesso às Redes poderá ser mitigado com descidas no preço da energia, “em linha com o perspetivado no mercado regulado”.
Quanto aos clientes com tarifa social, quer no mercado regulado, quer no mercado livre, vão continuar a beneficiar de um desconto de 31,2%, calculado por referência aos preços de venda a clientes finais do mercado regulado.
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