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Homem segura numa bolsa de dinheiro à frente de vários prédios residenciais

Os investidores portugueses continuam prudentes na hora de aplicar as suas poupanças. 47% investe, no máximo, 10% do rendimento, revela o 2.º Barómetro Doutor Finanças, numa edição dedicada aos Hábitos de Investimento, realizado pela Universidade Católica, em parceria com o Doutor Finanças.

De acordo com o estudo, a maioria opta por estratégias cautelosas e montantes de investimento reduzidos, em linha com o perfil conservador e moderado que caracteriza 9 em cada 10 inquiridos.

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61% dos portugueses não investe qualquer poupança

O barómetro revela que 61% dos inquiridos não aplica dinheiro em investimentos, seja por falta de poupança ou por preferirem dar outras finalidades ao dinheiro. Apenas 39% assume-se como investidor ativo.

As mulheres estão mais afastadas do universo dos investimentos: 36% declara não investir, face a 25% dos homens. Entre quem investe, 23% são homens e apenas 16% são mulheres, evidenciando uma diferença de género persistente.

Rendimento familiar define a capacidade de investir

O rendimento do agregado tem um peso decisivo na decisão de investir. Nos lares com menos de 860 euros mensais, só 1% investe parte do que poupa. Entre 860 e 1.500 euros, a percentagem sobe para 5%.

As famílias com rendimentos superiores a 3.000 euros lideram: 15% investe parte das poupanças, enquanto apenas 8% não investe. O estudo confirma que maior rendimento significa maior propensão para aplicar o dinheiro.

33% aplica entre 5% e 10% do rendimento

Quando se observa o montante aplicado, destaca-se que 33% dos investidores coloca entre 5% e 10% do rendimento. Outros 14% limita-se a menos de 5%. Assim, 47% investe no máximo 10% do rendimento.

Por outro lado, 21% consegue aplicar mais de 20%, sinal de maior folga financeira ou de maior confiança nas oportunidades de mercado. Já 18% investe entre 10% e 20%. Os homens e os inquiridos acima dos 65 anos dominam esta faixa de maior percentagem do rendimento destinada ao investimento.

Homens investem os valores mais elevados

As diferenças de género prolongam-se nas percentagens aplicadas. Entre as mulheres, 20% investe até 10% do rendimento e só 7% supera os 20%.

Nos homens, 20% aplica entre 5% e 10%, 11% destina entre 10% e 20% e 14% coloca mais de 20%. Estes dados sugerem maior confiança masculina para canalizar montantes significativos.

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Maiores de 65 anos lideram investimento acima dos 20%

A idade também influencia. Nos mais jovens (18-25 anos), 3% aplica mais de 20%, e 3% investe entre 5% e 10%. Entre os 45 e os 55 anos, 8% coloca entre 5% e 10% do rendimento, enquanto 3% destina mais de 20%.

Os maiores de 65 anos destacam-se: 7% investe mais de 20%, e apenas 2% fica abaixo dos 5%. A estabilidade financeira explica parte desta diferença.

Rendimentos altos permitem investir mais de 20%

Nos escalões de rendimento mais baixos, quase todos investem menos de 10%. Já 6% de quem ganha entre 1.500 e 3.000 euros aplica mais de 20% do rendimento.

Entre os que recebem acima de 3.000 euros, 11% investe mais de 20%, e 10% coloca entre 10% e 20%, mostrando que rendimentos elevados potenciam estratégias mais ambiciosas.

45% investe há mais de uma década

A experiência também conta. 45% dos investidores mantém aplicações há mais de 10 anos, enquanto 32% tem entre um e cinco anos de histórico. Apenas 6% iniciou investimentos no último ano.

Entre os mais experientes, 19% declara rendimentos acima dos 3.000 euros, reforçando o peso da estabilidade financeira para sustentar investimentos a longo prazo.

Reforços mensais dominam hábitos

A frequência de reforço revela disciplina: 36% reforça mensalmente as aplicações. Já 24% investe ocasionalmente, e 15% faz reforços anuais. Apenas 12% prefere um ritmo trimestral, confirmando que a maioria mantém um plano estável.

Nos rendimentos mais altos, 15% reforça todos os meses, sublinhando que quem tem mais capacidade financeira consegue manter um compromisso constante.

Conheça as principais conclusões do barómetro aqui.

Ficha técnica: Este inquérito foi realizado pelo Centro de Estudos Aplicados (CEA) da Universidade Católica Portuguesa em colaboração com o Doutor Finanças, entre os dias 31 de julho e 28 de agosto de 2025. O universo-alvo é composto por indivíduos com 18 ou mais anos residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir de uma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 701 inquiridos é de 4%, com um nível de confiança de 95%.   

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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