Nos últimos 20 anos, os portugueses passaram por dificuldades económicas, devido às crises financeiras nacionais e internacionais, e viram-se forçados a poupar mais e acautelar despesas inesperadas. Ainda que existam, atualmente, diversas formas de poupar, podemos sempre pedir aos nossos avós as suas sábias dicas.
Seguem-se, assim, algumas dicas financeiras que passam de geração em geração e podem fazer a diferença na poupança.
Poupar para situações inesperadas
Provavelmente, uma das frases mais comuns e repetidas pelos nossos avós é: "poupa o dinheiro, um dia pode fazer-te falta". Esta atenção constante às despesas essenciais e a como evitar custos desnecessários fez sempre parte do seu dia a dia. Ainda que se tratasse de uma quantia residual, as dificuldades que muitos passavam levavam a que fosse quase imperativo poupar para situações inesperadas. Fatalidades como desemprego, uma doença, ou até mesmo um acidente, tinham de ser acauteladas.
Ainda que, provavelmente, não soubessem o que é um fundo de emergência, os avós organizavam o dinheiro de forma a ter sempre algum disponível para uma urgência. E, caso fosse necessário recorrer a este fundo, a preocupação seguinte era como repor o dinheiro e o mais rápido possível.
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Fazer mais refeições em casa
Outro hábito que ajudava os nossos avós a poupar era fazer as refeições em casa e evitar idas aos restaurantes. Atualmente, esta opção não só continua a permitir poupar um valor significativo, como também fortalece os laços familiares. A pandemia veio comprová-lo, com os portugueses a alterar os seus hábitos de consumo em casa, focando-se mais nas compras de produtos alimentares.
Utilizar ao máximo o que se tem
Um dos hábitos que os nossos avós tinham, devido às dificuldades das fases mais complicadas, era aproveitar ao máximo os bens que tinham. Por exemplo, se algo se estragava, o primeiro pensamento era: "será que posso arranjar isto de alguma forma?" e se não fosse possível encontrar uma solução, então optavam por usar esse produto "estragado" mas para outro fim.
Atualmente, o desperdício em Portugal, por exemplo, de textéis, chega às 200 mil toneladas e muitos outros produtos, muitas vezes ainda em boas condições, acabam por ser descartados. Isto não só levanta questões a nível de sustentabilidade, mas também a nível financeiro, porque há sempre quem gaste mais dinheiro sem se aperceber. Como alternativa, para produtos que já não gosta ou que tenham ligeiros defeitos, pode, entre outras opções, doar a instituições ou recorrer a serviços de reciclagem de roupa e calçado, como o Wippy.
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Mais do que uma utilidade
Esta dica trata-se das mais comuns e praticadas pelos nossos avós. Por exemplo, quando uma camisola ficava gasta e já não era adequada para uso diário, geralmente, ganhava outra utilidade, e passava a ser uma "camisola nova" para dormir. E, mesmo depois de já não servir para dormir, ainda ganhava outra utilidade: limpar o pó. Estas "novas utilidades" permitiam aos nossos avós poupar e rentabilizar, ao máximo, os produtos dando-lhes uma nova vida.
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Funcionalidade mais do que estética
A beleza de um produto tem, atualmente, um peso significativo na decisão do consumidor. No entanto, os nossos avós escolhiam, tendencialmente, com base no que o produto faz e não tanto pela sua aparência, Geralmente, a boa aparência de um produto traduz-se num custo mais elevado e pode nem acrescentar uma maior utilidade ou propósito.
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Não ter receio de comprar produtos usados
Produtos usados não são sinónimo de falta de qualidade ou defeitos. Muito pelo contrário. A compra de produtos usados permite-lhe usufruir, em grande parte, da mesma qualidade (como se fossem novos) e a um preço, significativamente, reduzido. Isto aplica-se no caso de automóveis, dado à sua depreciação nos primeiros cinco anos, sendo que se tem vindo a destacar a tendência crescente da preferência dos portugueses por carros usados. Além dos automóveis, a compra de produtos usados estende-se a móveis, roupa, brinquedos, computadores ou outros produtos. O mercado em segunda mão permite-lhe fazer grandes poupanças e os nossos avós tiravam partido disso.
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Não comprar nada por impulso
Na altura de comprar, os nossos avós só o faziam se existisse mesmo a necessidade de ter determinado produto, e não porque estava com desconto ou em saldos. Assim, analisavam se, realmente, fazia sentido comprar, se havia outro produto similar no mercado e mais barato, e só aí tomavam a decisão. Todo este processo de reflexão levava a poupanças consideráveis, visto que investiam tempo em procurar alternativas e a planear a gestão do seu dinheiro.
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Sou frugal. Não sou forreta
Ser frugal não é ser forreta. Ser frugal implica tentar obter o maior valor de um produto e não desperdiçar dinheiro em algo que não necessita. Não quer dizer que prefira produtos baratos. Muito pelo contrário, visto que o valor que se obtém desses produtos baratos, geralmente, não é tão grande como com um produto melhor, mas, mais caro.
Ao seguir esta filosofia de vida, não só consegue tirar mais partido do que tem, como ainda consegue não ceder a pressões sociais que o podem levar a gastar dinheiro desnecessariamente.
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