Finanças pessoais

Outubro: Prego a fundo nas carteiras de investimento

O mês passado foi de ganhos generalizados nos mercados bolsistas. As carteiras de investimento somam mais de 7% desde março.

Depois de um mês de setembro negativo (o primeiro desde que criámos as nossas carteiras ), os investidores reagiram positivamente, “atirando para trás das costas” todos os receios em torno de alguns temas que continuam a causar instabilidade e impacto no natural desenvolvimento da economia mundial, nomeadamente a inflação, as restrições nas cadeias de abastecimento ou o impacto continuo do covid-19.

A realidade é que desde o início da pandemia e depois do susto inicial, a história que estamos a assistir nos mercados financeiros é dourada. Há muitos anos que não tínhamos performances tão positivas e com uma dimensão tão elevada nas diferentes classes de ativos.

Conforme temos vindo a referir ao longo dos últimos meses, estes desenvolvimentos estão muito mais ligados às políticas monetárias e aos planos orçamentais implementados pelos Bancos Centrais e pelos governos dos diferentes países, do que ao crescimento económico.

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Crescimento a diferentes velocidades

Numa ótica de investimento existem alguns sectores mais beneficiados que outros, as farmacêuticas à cabeça pelos motivos óbvios, a tecnologia e o setor ligado a componentes informáticas, pela rápida adaptação que muitas zonas do globo tiveram de efetuar aos confinamentos ou os produtores de veículos elétricos, porque durante este período o tema da natureza e da sua preservação foi colocado na ordem do dia.

Apesar destes setores terem beneficiado e acelerado com a conjuntura Covid-19, a realidade é que muitas áreas com grande relevância na economia global ainda não regressaram ao pré-covid.

Aumento da dívida: Problema?

Outro ponto importante e que nesta fase está a passar ao lado da discussão publica é o enorme aumento de dívida governamental que foi implementado neste período.

Esta questão poderá começar a ser um tema quando as taxas de juro de referência começarem a normalizar.

Reunião do BCE: Política monetária inalterada

Apesar de todos estes fatores e de todo o contexto de incerteza, a performance dos mercados financeiros tem sido muito positiva. O mês de outubro voltou a reforçar o positivismo dos investidores, suportado pelo reforço da posição do BCE relativamente à economia, através de uma mensagem dovish para o mercado.

Independentemente dos riscos que a inflação pode caracterizar para a economia, Christine Lagarde (presidente do BCE) voltou a reafirmar que uma possível subida das taxas de juro não está nos horizontes, mantendo inclusive as compras mensais de ativos em curso. Este foi um dos pontos de grande relevância no mês e que acabou por reforçar a confiança dos investidores, traduzida nas performances positivas do mês.

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Resultados das empresas positivos

Outro fator que contribuiu para que outubro voltasse a ser um mês muito positivo, foram os resultados acima do esperado que a maior parte das empresas americanas e europeias apresentaram. A reabertura e confiança dos investidores vai melhorando e com isso o consumo aumenta.

Apesar destes resultados positivos, muitas empresas chamaram a atenção para o impacto negativo que o aumento dos preços de produção (componentes, matérias-primas, custos de transporte,…) podem vir a ter no futuro, tentando gerir as expectativas dos investidores face ao futuro próximo.

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Riscos ignorados

Apesar dos bons retornos, não existiram só notícias positivas.

Nos EUA saíram os dados do crescimento trimestral do PIB que são sempre muito aguardados pelos investidores globais. A expectativa de  crescimento do trimestre que terminou em setembro era de 2,7% (após um crescimento de 6,7% no trimestre anterior), tendo sido anunciado um crescimento de apenas 2%.

Esta redução de atividade é o reflexo de vários fatores como por exemplo as restrições nas cadeias de abastecimento, o aumento dos custos de produção ou o ressurgimento dos casos de Covid nos EUA. 

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Carteiras Doutor Finanças

As nossas carteiras apresentaram um comportamento muito positivo nos dois perfis, 1,54% no moderado e 1,65% no dinâmico.

A classe acionista foi aquela que teve o melhor desempenho no mês, com a exposição ao sector tecnológico americano a destacar-se com a melhor rentabilidade.

Desde o início, apresentamos uma performance de 7,44% no perfil moderado e 7,17% no perfil dinâmico. A justificação para esta diferença tem a ver com a exposição que o perfil dinâmico tem ao sector acionista asiático, que no contexto Covid acaba por ser o único com performance negativa (sobretudo a China).

Desempenho da carteira com perfil moderado

Desempenho dos ativos e do total da carteira com perfil conservador no mês de agosto
Nota: As rendibilidades apresentadas não têm em consideração custos e impostos, designadamente comissões de custódia e custos de transação. As rendibilidades líquidas seriam sempre inferiores às rendibilidades brutas apresentadas.

A composição da carteira com perfil moderado

Desempenho da carteira com perfil dinâmico

Desempenho dos ativos e do total da carteira com perfil dinâmico no mês de agosto
Nota: As rendibilidades apresentadas não têm em consideração custos e impostos, designadamente comissões de custódia e custos de transação. As rendibilidades líquidas seriam sempre inferiores às rendibilidades brutas apresentadas.

Realçamos novamente a diversificação e qualidade de seleção como um critério fundamental para a obtenção de uma boa performance no médio/longo prazo.

A gestão das emoções ao longo desta “viagem” é fundamental e permite-nos mantermo-nos fieis à nossa estratégia de investimento.

Nota: As carteiras do Doutor Finanças não são nem devem ser entendidas como um conselho a investir neste ou naquele tipo de instrumento financeiro. As nossas carteiras foram criadas apenas para permitir ilustrar quais os riscos e os benefícios potenciais de investir, direta ou indiretamente, em instrumentos financeiros como ações e obrigações.

Nuno Leal é um profissional da Banca e Serviços Financeiros com mais de 20 anos de experiência, tendo trabalhado no Deutsche Bank, Banco Santander de Negócios, ABANCA e Banco BAI Europa, com funções diversas nas áreas de Vendas Institucionais, Gestão de Produto e Direção Comercial, desempenhando atualmente as funções de Administrador Executivo neste último desde outubro de 2021. Adicionalmente, é sócio e Chief Investment Officer no Doutor Finanças. Licenciado em Gestão e Mestre em Finanças, é atualmente aluno de Doutoramento em Gestão, tendo feito toda a sua carreira académica no ISEG - Lisbon School of Economics & Management.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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