Finanças pessoais

Consegue suportar despesas inesperadas? Saiba como estar preparado

Tem bastantes despesas e receia não estar preparado caso algo inesperado aconteça? Saiba o que ter em consideração.

Finanças pessoais

Consegue suportar despesas inesperadas? Saiba como estar preparado

Tem bastantes despesas e receia não estar preparado caso algo inesperado aconteça? Saiba o que ter em consideração.

Segundo os dados mais recentes da Pordata (2021) e um relatório da Fundação Francisco Manuel dos Santos, cerca de 60% dos portugueses que se encontram abaixo do limiar da pobreza não conseguem pagar despesas inesperadas. Diante desta realidade, é fundamental que consiga precaver-se para eventuais "deslizes" no seu orçamento, ainda que, por vezes, não seja fácil fazê-lo. Asim, fique a conhecer, neste artigo, algumas soluções que o podem ajudar a estar preparado.

Contribua mensalmente para o seu fundo de emergência

Independentemente da situação financeira em que se encontra, ter um fundo de emergência é sempre uma salvaguarda para enfrentar tempos difíceis. As despesas inesperadas podem "bater à porta", por isso deve precaver-se para não comprometer a sua estabilidade financeira.

Assim, o dinheiro deste fundo de emergência deve permitir-lhe fazer face a, pelo menos, seis meses de despesas. No entanto, dependendo da sua situação e estilo de vida, esta reserva financeira pode ser maior ou menor.

Por exemplo, se não tiver nenhuns encargos, como um crédito habitação ou automóvel, e despesas gerais (água, eletricidade, etc.), então provavelmente não precisa de um fundo de emergência tão elevado. Já se tiver diversos encargos, como alimentação, educação dos seus filhos, habitação, entre outras despesas, ter uma reserva de emergência mais elevada pode fazer toda a diferença em "dias de chuva".

É importante salientar que este fundo apenas deve ser utilizado em situações urgentes e não deve ser encarado como uma poupança normal. Isto quer dizer que não deve utilizar o dinheiro desta reserva para pagar, por exemplo, a entrada de um crédito habitação, impostos, ou despesas não essenciais, como férias ou compras impulsivas. Ao invés disso, deve recorrer a esta poupança extraordinária para fazer face a situações de desemprego, problemas de saúde, acidentes e/ou reparações urgentes, por exemplo.

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Defina um orçamento mensal para controlar as suas despesas

Criar um orçamento mensal é uma das formas mais eficazes para estar preparado, caso surja alguma despesa inesperada. Ter conhecimento de quais são os seus rendimentos e as suas despesas, especialmente onde está a gastar o seu dinheiro, é um bom passo para manter as suas finanças estáveis. Se ainda não definiu nenhum orçamento, é sempre uma boa altura para começar.

Primeiro, deve criar uma lista com os seus rendimentos e as suas despesas, organizando-as por categorias. Isto inclui alimentação, entretenimento, educação, créditos, entre outros custos que tenha mensalmente. Nesta lista de despesas não se esqueça daquelas que apenas tem anualmente, como os seguros e impostos. Embora só aconteça uma vez por ano, a verdade é que este dinheiro "sai-lhe da carteira" todos os meses, indiretamente.

Depois de categorizar os seus encargos, deve analisar quais são estritamente necessários, os que pode reduzir e aqueles que não acrescentam valor na sua vida. Por exemplo, se está a pagar por subscrições de serviços que já não utiliza há algum tempo, ou a fazer compras por impulso, então deve reajustar esses hábitos. A sua carteira agradece.

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Procure um trabalho extra para aumentar os seus rendimentos

Muitas vezes, ter o controlo sobre as suas despesas não chega para fazer face a eventuais imprevistos. Em matéria de rendimentos, pode aumentá-los mudando de emprego ou trabalhando mais horas, já nas despesas isso nem sempre é possível. A partir de certo ponto, torna-se difícil de reduzir os encargos, sem a sua saúde, por exemplo. Tendo em conta que nunca a deve comprometer, a solução passa por aumentar os seus rendimentos, em vez de "apertar ainda mais o cinto".

Procure um trabalho extra em que possa fazer uso das suas competências, não só para agilizar o processo, mas também porque já conhece a área de especialização. Isto vai ajudá-lo a rentabilizar melhor as horas adicionais e a evitar a necessidade de aprender algo novo. No entanto, tenha sempre em consideração que o trabalho extra não deve prejudicar o seu emprego a tempo inteiro. Ainda assim, deve aproveitar este trabalho extra para aprimorar as suas competências ou, se for conveniente, aprender uma área diferente para aumentar o seu leque de opções.

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mesa de madeira com um molho de notas de 50 euros, uma calculadora, um caderno, caneta e óculos, ilustrando a necessidade de planear e ter um orçamento onde encaixam os 125 euros do Governo

Negoceie sempre os seus contratos para reduzir os encargos

Além de definir um orçamento para controlar as suas despesas, deve também aproveitar para negociar os diversos contratos que tenha para reduzir os seus encargos. Saber as despesas que tem é um bom começo, mas não deve ficar por aí. Procure inteirar-se dos valores praticados no mercado e recolher várias propostas e perceber quanto pode poupar mensalmente.

Por exemplo, mais do que nunca, deve negociar os seus contratos de eletricidade e/ou gás, devido aos anunciados aumentos. Da mesma forma, se nunca reviu o seu contrato de internet e/ou televisão, aproveite para o fazer. Negociar o número de canais, a velocidade da Internet, ou simplesmente transferir o seu número de telefone de outra operadora e associá-lo ao contrato de Internet, pode ajudar a reduzir a prestação mensal.

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Amortize os seus créditos para ter mais rendimento disponível

Amortizar os seus créditos o mais rápido possível é uma das soluções para criar respostas em momentos de aperto financeiro. Todos os créditos reduzem o seu rendimento disponível, isto é, o dinheiro que lhe sobra após pagar todas as suas despesas fixas. Quanto mais créditos tiver, menor será o seu rendimento disponível. Isto quer dizer que, perante uma despesa inesperada, o seu rendimento disponível reduz ainda mais ou, no pior dos casos, vai ver-se forçado a recorrer às suas poupanças.

Existem dois métodos para amortizar os seus créditos. Pode começar por focar-se em abater o crédito com a maior taxa de juro ("método da avalanche"), sendo este muito utilizado quando o volume dos seus empréstimos é relativamente parecido, mas com diferentes taxas de juro. Este método permite-lhe minimizar a quantidade de juros a pagar durante o curso do crédito. No entanto, este processo pode ser moroso, por isso não é indicado para pessoas que se desmotivam facilmente.

Existe também o "método da bola de neve". Em comparação com o primeiro, este método tem como objetivo amortizar as menores dívidas primeiro, independentemente da taxa de juro. A principal vantagem deste método é que consegue obter resultados mais rapidamente, isto é, ficar com um maior rendimento disponível após amortizar cada dívida por completo. Seja qual for o método mais indicado para si, o importante é reduzir as suas dívidas para manter a sua estabilidade financeira.

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Ter um seguro de saúde para evitar despesas maiores

Nem sempre controlar as suas despesas implica cortar. Muito pelo contrário. Por vezes, é necessário fazer alguns sacrifícios para se proteger contra "males maiores". Falamos em concreto de ter um seguro de saúde. Este pode ajudá-lo a evitar despesas superiores, caso apareça algum problema de saúde. Independentemente de ainda ser jovem ou não, um seguro de saúde pode trazer-lhe vantagens.

Existem várias opções no mercado. Por um lado, pode avaliar várias propostas e escolher a que melhor se enquadra no seu orçamento e as suas necessidades e, por outro, pode tornar-se difícil perceber as diferenças, o que muitas vezes leva a que as pessoas paguem mais por serviços que, provavelmente, não vão utilizar. Analise as coberturas e escolha o que melhor pode vir a responder em necessidades futuras e inesperadas.

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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