Cultura e Lazer

Experimentar sete tipos de investimento (sem medo de perder dinheiro)

Um videojogo que quer ensinar formas de amealhar pecúlios generosos, sem ser com um roubo da Casa da Moeda digno de série.

Vinte anos para construir a nossa fortuna, eis a proposta do videojogo Build your Stax. Como o fazer? Investindo, claro, que este não é um jogo de ladrões de caixas-fortes. Pelo contrário. É o dinheiro que entra na nossa caixa, ou seja, na nossa conta, que temos de usar para garantir o nosso futuro.

Ao jogador, pede-se que escolha com critério o local de aplicação das suas poupanças. Essa é logo a primeira lição: não devemos deixar o dinheiro parado na conta. Mas tenhamos calma, que vamos ter ajuda neste nosso percurso de investidor. O jogo criado pela Next Gen Personal Finance quer-se didático e, por isso, haverá conceitos e explicações para cada uma das hipóteses que nos surjam pela frente.

Antes de tudo? Criar um fundo de emergência

Começamos como de costume: uma conta poupança com juros baixos, mas já com o suficiente para criarmos um fundo de emergência para situações inesperadas, como contas de hospital ou levar o carro à oficina. Mas rapidamente o nosso leque de opções se alarga. Surgem os certificados, com taxas de juro fixas, que obrigam à retenção do dinheiro durante determinado tempo; se o retirarmos antes, sofremos uma penalidade. Eis uma boa escolha para dinheiro de que não venhamos a precisar. A definição do prazo é connosco; quantos mais anos deixarmos o dinheiro aplicado, maior a taxa de juro.

A entrada no mundo das ações dá-se com os fundos indexados. Em vez de uma abordagem individual ao mercado, esta é a oportunidade de participar num produto financeiro que inclui empresas de todo o espectro acionista. Assim, se uma dada ação tiver perdas significativas, as restantes podem aguentar-se ou subir, limitando os danos.  Segundo o nosso consultor do Stax, trata-se de um recurso ideal para investimentos de longo prazo; uma forma complementar de pensar a reforma, ao estilo «pomos lá o dinheiro e esquecemo-nos dele». Mais tarde, quando precisarmos, virá a boa surpresa.

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Mercado de ações para especialistas

O passo seguinte, se estivermos prontos para o dar, será a compra e venda de ações pela nossa mão e cabeça. É opção que exige um maior conhecimento do mercado, pois fica-se diretamente ligado aos resultados da empresa selecionada. No papel, não podia ser mais simples. Empresa com boa performance, ganho de capital; empresa com maus resultados, prejuízo. O difícil pode ser acertar no jackpot. O fator de agir a tempo torna-se essencial na tentativa de comprar em baixa para vender em alta. Ou seja, o investidor do mercado acionista vai ter de estar sempre de olho nas páginas financeiras dos jornais e sites…

A aplicação do dinheiro em obrigações do Tesouro é a oportunidade seguinte. Aqui, emprestamos dinheiro ao Governo por um prazo fixo; findo o prazo de maturidade, recuperamos o dinheiro de volta, mais juros. Mas cuidado: temos de ver novamente se não iremos precisar das quantias aplicadas desta maneira, pois o Stax não permite a retirada antecipada.

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Apostar no preço do grão de café ou no “eterno” ouro?

Como estamos num videojogo, reservámos também algum capital para investir sem grandes receios no mercado de matérias-primas. No fundo, pedem-nos que especulemos sobre o que acontecerá ao preço da madeira, do cobre, do lítio, do petróleo, da borracha, dos grãos de café, de outras matérias-primas provenientes de diferentes setores. O nosso consultor virtual avisa que se trata de um mercado algo turbulento e imprevisível. Escutado o conselho, prosseguimos com cautela e pondo de parte uma quantia para apostar no último tipo de investimento que nos é apresentado: o ouro.

O ouro é um verdadeiro clássico, especialmente nos Estados Unidos: basta lembrar a febre da corrida ao ouro que levou centenas de milhar de pessoas até à Califórnia, em meados do século XIX. Na verdade, desde há muito que o ser humano decidiu valorizar este metal, tornando-o especialmente precioso. É por isso que, mesmo em tempos de crise, o ouro é considerado seguro; mesmo com flutuações, diz-se que vai mantendo o seu valor. Porém, embora possa ser tentador olhar para os lingotes armazenados no cofre, o ouro não gera dividendos.

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A caminho de uma reforma (virtual) dourada

Se tivermos investido com um mínimo de atenção e cabeça, é provável que, chegados a esta altura, já tenhamos amealhado um pecúlio suficiente para poder comprar, sem pensar demasiado no assunto, umas quantas barras de quilo. Feito. Agora, vamos lá concentrar-nos no resto.

Um jogo de Stax – que pode colocar-nos em confronto com a inteligência artificial ou com outros jogadores humanos –, demora cerca de 15 a 20 minutos. Nada mau para se ficar com um panorama geral dos instrumentos financeiros ao nosso dispor. No final, receberemos um certificado que nos apresenta o total de dinheiro ganho e a projeção do valor com que poderíamos ficar, passados mais 20 anos, se continuássemos a aplicar o nosso dinheiro. Mais de um milhão de dólares? Reforma garantida, portanto.

Um relatório de investimentos com muito para analisar

Verdadeiramente interessante será analisar o relatório que segmenta os investimentos, apresentando-os nas respetivas fatias e dando-nos a conhecer qual das opções teve o melhor e o pior desempenho (e que surpresa tivemos ao ver que o investimento em ouro foi o mais desastroso!).

Stax

Saiba-se, por curiosidade, que ganhámos bom dinheiro na compra avulsa de ações. Sorte de principiante? Sem dúvida. Comprámos ações de empresas fictícias, e só no final ficámos a saber que as oscilações de valor mimetizavam o que aconteceu a companhias reais. Numa das sessões que realizámos, os dados utilizados referiam-se ao período de 1982-2002. Pelos vistos, mesmo de olhos vendados, andámos a negociar sabiamente ações da Coca-Cola e da General Eletric. Mas a grande pergunta é: conseguiremos replicar todos estes ensinamentos na vida real?

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Paulo M. Morais cresceu a jogar futebol de rua e a ouvir provérbios ditos pelas avós. Licenciou-se em Comunicação Social e especializou-se nas áreas do cinema, dos videojogos e da gastronomia. É autor de romances e livros de não ficção. Coleciona jogos de tabuleiro e continua a ver muitos filmes. Gosta de cozinhar, olhar o mar, ler.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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