O valor a que os bancos avaliam os imóveis no âmbito da concessão de crédito habitação registou uma subida homóloga de 17,7% em setembro. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor mediano do metro quadrado (m2) fixou-se em 1.995 euros, uma subida de 300 euros em relação a setembro de 2024 e de 30 euros (1,5%) em relação a agosto de 2025. Este foi o 22.º mês seguido em que a avaliação bancária cresceu.
Em janeiro, o m2 valia 1.774 euros, ou seja, aumentou 221 euros em sete meses. À semelhança do que tem acontecido nos últimos meses, não se registaram descidas em nenhuma zona do país e a Península do Setúbal foi aquela onde o aumento homólogo foi mais expressivo, de 25,9%.
Na comparação com agosto de 2025, a maior subida aconteceu na Região Autónoma dos Açores (2,9%).
O número de avaliações caiu 0,4% em termos homólogos, mas aumentou 4,2% face ao mês anterior, registando um total de 32.977.
Lisboa continua a ter o m2 mais valorizado
“A Grande Lisboa, o Algarve, a Península de Setúbal, a Região Autónoma da Madeira e o Alentejo Litoral apresentaram valores de avaliação superiores à mediana do país”, aponta o INE. No caso da Grande Lisboa, a divergência em relação aos valores nacionais é de 50,1%. Aqui, o m2 vale 2.994 euros, quase 100 euros superior à mediana do país.
Na avaliação por município, Lisboa continua a ter o m2 mais valorizado pelos bancos. Já vale 4.432 euros, mais 611 euros do que em setembro de 2024. Ou seja, em setembro de 2025, os bancos avaliaram uma casa de 100 m2 num valor a rondar os 443.200 euros. No entanto, a análise vai sempre depender da tipologia e da qualidade do imóvel.
A completar o pódio dos municípios mais caros continuam Cascais (3.644 euros/m2) e Oeiras (3.629 euros/m2).
No polo oposto, “Alto Alentejo, Beiras e Serra da Estrela e Beira Baixa foram as regiões que apresentaram valores mais baixos em relação à mediana do país”, pode ler-se no relatório do INE.
Valor dos apartamentos subiu 22,6%
Em setembro, o valor mediano de avaliação do m2 num apartamento foi de 2.307 euros, um aumento homólogo de 22,6%, ou 425 euros. Os valores mais elevados foram observados na Grande Lisboa (3.025 euros/m2) e no Algarve (2740 euros/m2), tendo o Centro apresentado o valor mais baixo (1.512 euros/m2).
A Península de Setúbal apresentou o crescimento homólogo mais expressivo, de 28,5%. Nenhuma região do país viu o valor do m2 descer no âmbito da avaliação bancária.
Em relação a agosto, a avaliação do m2 nos apartamentos subiu 1,7%, com o Alentejo a ser a região com a maior subida, de 5%.
Na análise por tipologias, “o valor mediano dos apartamentos T1 subiu 104 euros, para 3.018 euros/m2, tendo os T2 e T3 aumentado 46 euros e 14 euros, respetivamente, para 2.390 euros/m2 e 1.971 euros/m2”, explica o INE. Estas três tipologias representaram 92,9% das avaliações feitas em setembro.
Moradias voltaram a crescer mais de 10%
Como já é habitual, as moradias voltaram a apresentar um valor mediano do m2 inferior ao dos apartamentos. Fixou-se em 1.459 euros, que traduz um crescimento de 12,1%.
Os valores mais elevados observaram-se na Grande Lisboa (2.729 euros/m2) e no Algarve (2.486 euros/m2). Tal como tinha acontecido nos últimos meses, as regiões que registaram os valores mais baixos foram o Centro e o Alentejo (1.081 euros/m2 e 1.139 euros/m2, respetivamente).
Aqui, foi o Oeste e Vale do Tejo que apresentou o maior crescimento homólogo (19,5%), não se tendo registado qualquer descida.
“Comparativamente com o mês anterior, o valor de avaliação subiu 2%. O Oeste e Vale do Tejo foi a região com o crescimento mais elevado (3,3%)”, aponta o INE
De setembro de 2024 para setembro de 2025, o valor mediano das moradias T2 aumentou 48 euros, para 1.443 euros/m2, o das T3 subiu 24 euros (1.425 euros/m2) e o das T4 cresceu 26 euros, para 1.555 euros/m2. Estas tipologias representaram 88,8% das avaliações de moradias.
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Perguntas frequentes
A avaliação bancária é essencial na concessão de crédito habitação. Nestas operações, os bancos têm de cumprir com as regras relativas ao rácio LTV (loan-to-value). Tirando algumas exceções, as instituições não podem emprestar mais de 90% do menor dos dois valores entre a aquisição do imóvel e a avaliação do imóvel por eles feita. Exceção para os jovens que podem beneficiar da garantia pública, se cumprirem com os critérios exigidos.
Ou seja, se comprar uma casa por 200 mil euros e o valor de avaliação for 160 mil euros, o banco só pode emprestar até 144 mil euros (90% de 160 mil).
É a evolução em relação ao período imediatamente anterior, como um mês, um trimestre ou um semestre. Por exemplo, se em setembro um indicador tiver uma evolução em cadeia de 2%, significa que cresceu 2% em relação ao primeiro trimestre.

