Crédito Habitação

Bancos antecipam queda “acentuada” na procura por crédito habitação

O Banco de Portugal divulgou o resultado do inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito. A expectativa é de queda na procura.

Crédito Habitação

Bancos antecipam queda “acentuada” na procura por crédito habitação

O Banco de Portugal divulgou o resultado do inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito. A expectativa é de queda na procura.

De acordo com o inquérito ao setor bancário sobre o mercado de crédito, realizado pelo Banco de Portugal, os bancos antecipam uma queda "acentuada" na procura por crédito habitação no primeiro trimestre deste ano.

Além disso, os bancos afirmam que os critérios de concessão de crédito podem ser ligeiramente mais restritos para os particulares.  

Já para as empresas, as perspetivas em relação à procura de crédito são de uma ligeira descida, principalmente nos financiamentos de longo prazo (por parte das PME). Já por empréstimos com um prazo mais curto, deverá registar-se um aumento da procura.

No que respeita à oferta, os bancos vão ter critérios mais restritivos na hora de conceder créditos às empresas, principalmente às PME, independentemente da maturidade dos contratos. 

Contudo, para perceber melhor a que se devem estas perspetivas dos bancos, fique a conhecer a evolução do mercado de crédito no quarto trimestre de 2022, em comparação com os três meses anteriores.

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O que mudou na oferta de crédito nos últimos três meses de 2022?

Tendo em conta as respostas ao inquérito do Banco de Portugal, no último trimestre do ano passado, os critérios de concessão de crédito mudaram ligeiramente.

Num contexto de subida da inflação e aumento dos juros, os bancos dão conta de um um acesso mais restrito aos financiamentos por parte das empresas. Em termos de condições, há um ligeiro aumento do spread para créditos de maior risco.

No universo das empresas, foram aplicadas condições mais restritas às PME, tanto a nível das garantias exigidas, como do montante do financiamento e até da maturidade dos empréstimos. Aliás, de acordo com as respostas dos bancos, houve um ligeiro aumento de pedidos de empréstimos rejeitados às PME.

Já nos créditos a particulares, no crédito habitação a concessão foi ligeiramente mais restrita, dado o aumento do risco de financiamento perante a subida das taxas de esforço. Em termos contratuais, houve um aumento ligeiro do spread nos financiamentos de maior risco.

No entanto, os créditos com menor risco continuam a beneficiar de spreads reduzidos. É preciso relembrar que, nos últimos anos, os bancos têm vindo a baixar significativamente os spreads. Sendo que hoje em dia, os contratos de aquisição de uma habitação própria e permanente podem ter um spread de 0,85%. Contudo, o mais comum é aplicação de um spread que ronde os 0,95% e 1%, quando o risco de financiamento é pouco elevado.

Quanto ao crédito ao consumo, os critérios de concessão de financiamento não sofreram alterações. Apenas em termos contratuais pode aplicar-se um spread ligeiramente mais elevado quando há um risco médio ou elevado.

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Procura por crédito desceu por parte das empresas e particulares

No que diz respeito à procura por crédito, a subida das taxas de juro tem afastado as grandes empresas e os particulares de novos financiamentos.

Quanto às empresas, a procura por financiamento diminuiu ligeiramente. Esta descida aplica-se aos financiamentos das grandes empresas, mas também aos empréstimos de longa duração. Os motivos apresentados pelos bancos para esta quebra estão associados ao aumento das taxas de juro e à menor necessidade de financiamento de investimento por parte das grandes empresas.

Por outro lado, a procura por crédito aumentou por parte das PME. Esta procura deve-se às necessidades de financiamento de existências e de fundo de maneio. Além disso, também existiu uma procura por crédito em processos de refinanciamento ou de renegociação da dívida das pequenas e médias empresas.

Contudo, em termos de expectativas, os bancos acreditam numa menor procura de crédito por parte das PME no primeiro trimestre de 2023, mas também nos financiamentos a longo prazo por parte das empresas. Sendo que a maior procura deve incidir nos empréstimos de curto prazo.

Por fim, a nível particular, a procura por crédito habitação tem sido menor. Dado que muitos consumidores estão inseguros perante o nível geral das taxas de juro, a aquisição de habitação diminuiu no final de 2022. Além disso, o próprio mercado da habitação também tem desincentivado a contratação de novos créditos habitação. E em termos de expetativas, esta realidade deve manter-se ao longo do primeiro trimestre de 2023.

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Já na procura por crédito ao consumo e para outros fins, os bancos também registaram uma diminuição na procura de novos financiamentos.

Registaram-se mais pedidos recusados no crédito habitação no último trimestre de 2022?

Não. No último trimestre de 2022, o número de pedidos formais e informais de créditos rejeitados pelos bancos permaneceu praticamente inalterado. Este indicador pode estar associado à diminuição de procura de financiamento, principalmente no crédito habitação.

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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