Pessoa a pagar num terminal com cartão de crédito

Os cartões de crédito fazem parte do dia a dia de milhares de portugueses. São práticos, fáceis de usar e oferecem uma linha de crédito que pode ser útil em diversas situações. Mas, apesar de parecerem simples, estes produtos têm regras e custos que nem sempre são claros.

Neste guia, explicamos o essencial que precisa de saber sobre cartões de crédito. Saiba como funcionam, quais os custos, que tipos existem, os benefícios, os riscos e ainda como usar este meio de pagamento de forma responsável. Este guia pode ser um aliado para quem já tem cartão de crédito ou está a pensar pedir um. 

O que é um cartão de crédito? 

Um cartão de crédito é um meio de pagamento que permite fazer compras ou levantar dinheiro com recurso a uma linha de crédito pré-aprovada pelo banco ou instituição financeira. Ou seja, o titular do cartão usa o dinheiro do banco e só paga mais tarde, no mês seguinte ou, em alternativa, em prestações mensais. Caso o valor total utilizado não seja liquidado dentro do prazo estipulado, pode implicar o pagamento de juros e comissões.

Para que servem os cartões de crédito? 

Os cartões de crédito servem, essencialmente, para realizar pagamentos, compras online ou presenciais, levantar dinheiro em caixas automáticas (cash advance) ou ainda pagar serviços. 

Além disso, muitos cartões oferecem benefícios adicionais, como programas de pontos, seguros, milhas aéreas, acesso a salas VIP em aeroportos, entre outros. Em emergências ou despesas inesperadas, podem ser uma solução útil para quem precisa de liquidez imediata. 

Diferença entre cartão de crédito e cartão de débito 

A diferença principal está na fonte do dinheiro utilizado: 

  • Cartão de débito: o valor é retirado diretamente da conta à ordem. Se não tiver saldo suficiente, a compra não é autorizada. 
  • Cartão de crédito: utiliza-se dinheiro emprestado pelo banco, até ao limite de crédito disponível. O pagamento é feito posteriormente, consoante as condições do contrato. 

Outra diferença importante é que o cartão de crédito pode ter custos associados ao não pagamento total da fatura, como juros, enquanto o de débito não tem. Contudo, ambos podem ter associados a cobrança de comissões: anuidade e manutenção.

Como funciona um cartão de crédito? 

Ao usar um cartão de crédito, o valor gasto é registado numa conta-corrente de crédito. Durante o mês, pode fazer várias compras ou levantamentos até atingir o limite disponível. No final de cada ciclo de faturação, recebe uma fatura com o total em dívida. 

Nessa altura, pode optar por: 

  • Pagar o valor total, evitando o pagamento de juros. 
  • Liquidar apenas o valor mínimo, entrando num plano de pagamento a prestações com juros associados. 
  • Pagar um valor intermédio, conforme o estipulado com o banco. 

Funciona como um crédito rotativo: o valor volta a estar disponível à medida que o vai pagando.

Dados do cartão de crédito

Usa o cartão para fazer compras online? Então, convém saber exatamente que dados ele contém e porque é tão importante protegê-los.

O número do cartão tem 16 dígitos e está na frente. Logo a seguir, encontra a data de validade, indicada por “MM/AA”. “MM” indica o mês e “AA” o ano.

Mas há outro código essencial: o CVV ou CVC. Tem três dígitos e está na parte de trás do cartão. É esse código que valida as compras online. Só quem tem acesso a ele pode usar o cartão sem o ter fisicamente.

Ao contrário do PIN, que serve para levantamentos ou pagamentos em lojas, o CVV é exclusivo para transações digitais. Não o deve partilhar, guardar em fotos ou inserir em sites que não tenham ligação segura (SSL).

Se o seu cartão não tiver CVV visível, contacte o banco. É um elemento fundamental para a sua segurança.

Leia ainda: O que são as siglas CVV ou CVC no cartão de débito e de crédito?

Limite de crédito 

O limite de crédito é o montante máximo que pode gastar com o seu cartão de crédito. Este valor é definido pela instituição financeira com base na sua situação financeira, rendimentos e histórico de crédito. 

Por exemplo, se o seu cartão tiver um limite de crédito de 2.000 euros, poderá realizar compras e levantamentos até esse montante. À medida que for pagando o valor em dívida, esse limite é reposto. 

Mas atenção. Não deve considerar o limite de crédito como uma extensão do seu rendimento. Trata-se de um valor emprestado, sujeito a juros e encargos se não for pago dentro do prazo. 

Ciclo de faturação, datas de fecho e de pagamento 

Cada cartão de crédito funciona com um ciclo de faturação, que geralmente corresponde a um período de 30 dias. Durante esse ciclo, todas as despesas realizadas com o cartão são acumuladas para formar a fatura. 

  • Data de fecho: é o dia em que termina o ciclo e é emitida a fatura. Por exemplo, se a data de fecho for 15 de cada mês, as compras feitas entre 16 do mês anterior e 15 do mês atual entram na fatura. 
  • Data de pagamento: é o prazo limite para liquidar o valor da fatura, geralmente entre 10 a 20 dias após a data de fecho. Porém, alguns bancos permitem escolher a data de pagamento mais conveniente.

Saber estas datas é fundamental para planear os seus pagamentos e evitar encargos adicionais. Por exemplo, se fizer uma compra logo após a data de fecho, só terá de pagar esse valor quase 45 dias depois. Esta é uma das vantagens do cartão de crédito, se usado com estratégia. 

Pagamento mínimo vs. pagamento total

Ao receber a fatura do cartão de crédito, pode escolher entre: 

  • Pagamento total: liquida a totalidade da dívida e não paga juros. 
  • Pagamento mínimo: paga apenas uma pequena percentagem (geralmente 3% a 10%) da dívida, ficando o restante para os meses seguintes, com juros. 

Exemplo prático: 

Imagine que tem uma fatura de 1.000€: 

  • Se pagar os 1.000€ na totalidade dentro do prazo, não paga qualquer juro. 
  • Se pagar apenas o mínimo de 50€, os restantes 950€ começam a gerar juros no mês seguinte.

Com o tempo, essa dívida pode crescer significativamente, devido aos juros compostos. É por isso que muitos especialistas recomendam evitar o pagamento mínimo, salvo em casos de verdadeira necessidade. 

Custos associados aos cartões de crédito 

Ter um cartão de crédito pode parecer gratuito, sobretudo quando o banco anuncia “anuidade grátis no primeiro ano” ou “sem custos de adesão”. No entanto, há vários encargos a ter em conta. Compreender estes custos é essencial para evitar surpresas desagradáveis. 

Juros (TAN e TAEG) 

Quando não paga a totalidade da fatura dentro do prazo, entra em dívida. Nessa altura, o banco aplica juros sobre o valor em dívida. Por isso, existem dois indicadores principais a considerar: 

  • TAN (Taxa Anual Nominal): é a taxa de juro “pura”, aplicada ao montante em dívida. Por exemplo, se a TAN for de 16%, é esta a taxa aplicada mensalmente de forma proporcional. 
  • TAEG (Taxa Anual de Encargos Efetiva Global): inclui todos os custos do crédito, como comissões e seguros obrigatórios. É esta taxa que permite comparar diferentes cartões e perceber qual é o mais caro no final. 

Em Portugal, os cartões de crédito estão sujeitos a limites máximos de TAEG definidos pelo Banco de Portugal. No 3.º trimestre de 2025 a TAEG máxima para cartões de crédito é de 19,1%. Já no 2.ºtrimestre de 2025, a TAEG máxima era de 19,3%. Logo, convém verificar o teto máximo que as instituições de crédito podem cobrar-lhe, através do site do Banco de Portugal.

Comissão de disponibilização/anuidade 

É um dos custos mais comuns. A comissão de disponibilização, também conhecida como anuidade, é cobrada por disponibilizar o cartão, mesmo que não o utilize. 

  • Pode ser cobrada anualmente, semestralmente ou mensalmente
  • Alguns bancos isentam este custo no primeiro ano, para clientes com determinados produtos associados ou até para todos os clientes. 
  • O valor varia consoante o tipo de cartão (por exemplo, um cartão gold pode ter uma anuidade de mais de 70 euros, enquanto um clássico pode custar menos de 20€). Ao valor acresce ainda o imposto do selo.

Comissão de levantamento em ATM (cash advance

Levantar dinheiro com o cartão de crédito é possível, mas muito caro. Esta operação chama-se cash advance e tem duas penalizações: 

  • Comissão de levantamento, geralmente entre 3% e 5% do valor. A esta percentagem costuma ainda ser adicionado uma comissão fixa estipulada pelo banco. Por exemplo: taxa de 3.95%, acrescida de 3 euros ou comissão de 4,25 euros + 4,50%.
  • Juros: se não pagar dentro do prazo estipulado o valor que levantou, fica sujeito à aplicação de juros.

Assim, tenha em conta que esta é uma das formas mais dispendiosas de usar o cartão de crédito. 

Comissão por incumprimento 

Se não pagar o valor mínimo da fatura até à data limite, entra em incumprimento. Nessa situação, o banco pode cobrar uma comissão pela parcela em atraso.

Segundo o Banco de Portugal “a comissão respeitante à recuperação de valores em dívida pode ser cobrada apenas uma vez, por cada prestação vencida e não paga, e não pode exceder 4% do valor da prestação, com um valor mínimo de 12 euros e um valor máximo de 150 euros“.

É importante nunca falhar o pagamento mínimo para evitar estas penalizações e proteger o seu histórico de crédito. 

Juros de mora por atraso no pagamento 

Além das comissões, há também juros de mora, que se aplicam ao valor não pago dentro do prazo acordado. Estes juros são superiores à TAN normal e continuam a acumular até que regularize a dívida. 

  • Por norma, são mais elevados do que os juros aplicados no crédito.
  • Complicam rapidamente a dívida, sobretudo se houver atrasos sucessivos. 

Numa situação de mora, as instituições de crédito podem cobrar juros moratórios. Estes juros moratórios resultam da aplicação de uma sobretaxa anual máxima de 3%, que acresce à taxa de juros remuneratórios. É usada a seguinte fórmula:

Juros moratórios = Prestação em atraso x (taxa de juros moratórios/360) x n.º dias em mora

Exemplo prático de quanto pode pagar se entrar em mora

Imagine que não pagou na data prevista a prestação mensal do seu cartão de crédito no valor de 300 euros, entrando em mora. Neste caso, tem de pagar o valor da prestação em atraso, mas não só. A instituição de crédito pode exigir juros moratórios à taxa anual nominal do empréstimo (4%) adicionando a sobretaxa de 3%.

Se regularizar a situação ao fim de 20 dias, paga o valor da prestação mensal em dívida e ainda os juros moratórios correspondentes a esse período. Adicionalmente, pode ser cobrada a comissão correspondente a 4% do valor da prestação.

Ou seja, aplica-se a seguinte fórmula:

Total a pagar = prestação mensal + juros moratórios (20 dias) + comissão

Total a pagar = 300 euros + (300 euros x 0,07/360 x 20) + (300 euros x 0,04)

= 300 euros+ 1,17 euros+ 12 euros = 313,17 euros  

Outras comissões e encargos 

Há ainda outras comissões que, apesar de parecerem pequenas, podem pesar na carteira se acumular várias: 

  • 2.ª via do cartão (em caso de perda ou roubo): cerca de 10 a 15 euros. 
  • Envio de fatura em papel: alguns bancos cobram entre 1 e 2 euros, incentivando a adesão à fatura eletrónica. 
  • Conversão de moeda estrangeira: ao fazer compras fora da Zona Euro, pode ser aplicada uma comissão de conversão que, regra geral, ronda 1% a 2%. 

Leia ainda: Comissões bancárias: Quanto pago para usar o cartão no estrangeiro?

Cartão de crédito em detalhe, vista sobre o Chip

Tipos de cartões de crédito 

Nem todos os cartões de crédito são iguais. Existem várias categorias com características, custos e benefícios distintos. Escolher o cartão certo depende do seu perfil, hábitos de consumo e objetivos. Eis os principais tipos disponíveis em Portugal. 

Cartões clássicos, gold, platinum e black 

Estes cartões variam sobretudo em termos de limite de crédito, anuidade e benefícios

  • Clássico: é o mais comum e acessível. Tem limites de crédito mais baixos (a partir de 500 euros e até 2.000 euros), anuidade reduzida ou até gratuita e poucos extras. Indicado para quem procura um cartão simples e funcional. 
  • Gold: oferece limites mais elevados (geralmente a partir de 2.000 euros), anuidade superior ao cartão clássico e benefícios como seguros de viagem, proteção de compras ou acesso a campanhas especiais. 
  • Platinum ou Premium: pode ter um limite idêntico aos cartões gold. Porém, inclui serviços premium em várias áreas, assistências exclusivas e acesso a salas VIP em aeroportos. Anuidade mais alta, justificada por um pacote de benefícios mais completo. 
  • Black ou Infinite: em Portugal não é muito comum as instituições de crédito disponibilizarem este tipo de cartão. Mas, caso se depare com um cartão Black ou Infinite, saiba que este é um cartão de gama alta, reservado a clientes com elevado poder financeiro. Embora tenha benefícios exclusivos e limites de crédito muito elevados, a anuidade pode ultrapassar várias centenas de euros, consoante a entidade e o que está incluído no cartão.

Cartões duais ou mistos

São cartões que funcionam simultaneamente como débito e crédito, consoante a opção que escolher no momento da compra. Ou seja, um cartão dual permite realizar operações a débito na sua conta de pagamento (termos idênticos aos cartões de débito simples) e movimentos a crédito (como os cartões de crédito simples).

Trata-se de um cartão multimarca de pagamento. Regra geral, combina uma marca de pagamento a débito e uma marca de pagamento a crédito (Multibanco e Visa ou Visa Electron e Visa).

Existem três pontos essenciais a reter sobre os cartões duais ou mistos:

  • São usados frequentemente por bancos tradicionais; 
  • Permitem uma gestão mais prática, evitando ter de usar dois cartões. 
  • Deve ter atenção para não confundir o modo de pagamento, principalmente em compras grandes ou no estrangeiro. 

Cartões com cashback 

Estes cartões devolvem uma percentagem do valor gasto sob a forma de cashback (dinheiro que volta para a conta). 

  • A percentagem varia entre 1% e 2%, consoante o tipo de compra, campanha ou condições contratuais estabelecidas. 
  • Ideal para quem faz muitas compras com o cartão, paga a 100% e quer recuperar parte do valor. 
  • Alguns impõem limites mensais ou anuais ao montante devolvido.
  • É preciso analisar quanto tempo o valor do cashback é válido na sua conta (validade do desconto na fatura ou do dinheiro direto na conta).

Exemplo: se gastar 500€ e o cartão devolver 2%, recebe 10€ de volta. 

Cartões com milhas 

Indicado para quem viaja ou usa o cartão com frequência. Estes cartões acumulam milhas aéreas ou pontos por cada euro gasto, que depois podem ser trocados por viagens, produtos ou descontos. Em 2025, a maioria dos cartões gera entre 1 e 2 milhas por euro. 

Além disso, podem incluir acesso a lounges exclusivos nos aeroportos, embarque prioritário, check-in rápido, bagagem extra ou descontos em serviços de viagem, como hotéis e aluguer de viaturas. Quanto aos intervalos dos limites de crédito, estes costumam estar entre os 500 e os 50.000 euros.

Destaques dos cartões de crédito com milhas: 

  • Por norma, as milhas não podem ser usadas com qualquer companhia aérea. Muitos cartões estão associados a programas específicos, como o da TAP Miles&Go, Miles&More (Lufthansa), entre outros.
  • Muitos oferecem bónus de adesão em milhas. Há ofertas de 1.000 milhas, 2.000 milhas, 4.000 milhas entre outras campanhas promocionais.
  • Alguns cartões têm associado um seguro de viagem e de bagagem
  • Normalmente têm anuidades mais elevadas e exigem um uso regular para compensar. Alguns cartões oferecem isenção, muitas vezes condicionada a um montante mínimo de compras ou à domiciliação de serviços. No entanto, a anuidade pode chegar aos 300 euros em cartões premium.
  • Têm um programa que define o número mínimo de milhas para trocar por viagens.
  • Em alguns cartões, as milhas acumuladas têm um prazo de utilizaçãoO prazo típico é de três anos. Contudo, em certos casos, pode manter as suas milhas indefinidamente desde que faça pelo menos uma compra mensal.

Leia ainda: Cartões de crédito com milhas: Como funcionam?

Cartões de crédito para estudantes 

Não é novidade que os estudantes universitários podem ter encargos elevados durante o seu ciclo de estudos. Afinal, são muitos os jovens que vão para universidades longe de casa, tendo de pagar um quarto, despesas fixas, propinas, materiais escolares, transportes, alimentação, entre outras despesas.

Por isso, por vezes, é necessário recorrer a um financiamento para alcançar o objetivo de tirar uma licenciatura ou mestrado. Perante esta necessidade, foram criados cartões de crédito para estudantes. Estes cartões têm caraterísticas específicas, como:

  • Limites de crédito reduzidos (250 euros a 750 euros), reduzindo o risco de endividamento;
  • Anuidade gratuita ou muito baixa;
  • Facilidade de adesão, mesmo sem rendimento fixo, desde que haja fiador ou conta de depósito para estudantes;
  • Descontos/benefícios associados ao ensino: vantagens no acesso a plataformas digitais, descontos em material escolar ou condições especiais em serviços educativos e culturais.
  • Alguns cartões permitem o pagamento fracionado até três vezes sem juros a partir de um valor definido.

Leia ainda: Contas e cartões para estudantes: Quais são os benefícios?

Cartões de lojas e grandes superfícies 

Além dos cartões de crédito contratados em entidades financeiras, também existe a possibilidade de ter um cartão de crédito associado a lojas de mobiliário, de tecnologia/eletrodomésticos e também de bens de primeira necessidade, como os supermercados. Este tipo de produto financeiro pode estar limitado ao uso na loja que o comercializa, mas em certos casos pode ser usado como um cartão de crédito tradicional. 

Entre os prós e contras dos cartões de crédito associado a lojas, estão:

  • Acesso a campanhas promocionais e descontos exclusivos;
  • Possibilidade de fazer compras e pagar sem juros até três, seis ou 12 meses;
  • Não está associado diretamente à sua conta bancária;
  • Podem ter custos “escondidos” quando utilizados fora da marca ou rede de parceiros;
  • Requerem de uma leitura ainda mais atenta das condições contratuais.

Cartões virtuais e pré-pagos com função crédito 

Apesar de tecnicamente não serem “crédito” no sentido tradicional, alguns cartões virtuais ou pré-pagos servem para efetuar pagamentos online como cartões de crédito.

Um cartão de crédito virtual tem uma validade temporária. É criado para uma compra específica ou para um período de tempo limitado. Além disso, ele não tem uma linha de crédito, como os cartões tradicionais. O titular define um valor específico para o cartão. Um cartão de crédito virtual pode ser Visa, Mastercard ou American Express. Tudo depende da marca do cartão físico com que foi criado.

Mas a grande vantagem é a sua segurança. Afinal, é impossível estabelecer uma ligação entre o número do cartão virtual e conta bancária do utilizador, uma vez que é gerado um número de cartão único. Em termos de vantagens, estes são uma boa escolha para fazer compras online em segurança. Outro aspeto positivo é que, ao carregar previamente o cartão (definindo um limite), pode controlar melhor os seus gastos.

Já um cartão de crédito pré-pago virtual pode ter a mesma finalidade, mas com condições diferentes. Tal como os cartões virtuais, este também não tem uma linha de crédito. Mas em determinados sites, pode usar o número do cartão como método de pagamento a crédito. Assim que é ativado, o cartão pré-pago pode ser carregado por transferência bancária de outras entidades, por depósito ou através do saldo da conta na plataforma em que foi criado.

Por norma, este tipo de cartão oferece a possibilidade de pagamentos seguros, permite controlar os gastos através de um valor estipulado pelo utilizador, é fácil de usar e raramente tem anuidade. Contudo, também tem as suas desvantagens. Um cartão pré-pago pode ter uma taxa de ativação, recarga e taxas de manutenção. Alguns comerciantes podem não aceitar a sua utilização, como é o caso de sites de reservas de hotéis ou aluguer de carros. Além disso, este tipo de cartão não oferece pontos ou outros benefícios.

Leia ainda: MBNet: Como criar um cartão de crédito temporário

Vantagens dos cartões de crédito 

Apesar dos riscos, os cartões de crédito oferecem inúmeras vantagens. Quando bem utilizados, são ferramentas úteis para a gestão financeira, o planeamento de despesas e a proteção em compras e viagens. 

Facilidade de utilização 

Os cartões de crédito são aceites em milhares de estabelecimentos em Portugal e no estrangeiro. Podem ser utilizados: 

  • Em lojas físicas (com ou sem contacto); 
  • Online, com confirmação por SMS ou app; 
  • Para pagar serviços ou reservas/cauções de serviços;
  • Em subscrições digitais como Netflix, Spotify ou Amazon. 

A simplicidade do pagamento é uma das maiores vantagens. 

Flexibilidade de pagamento 

A principal funcionalidade do cartão de crédito é permitir que pague hoje e acerte mais tarde. Tem a possibilidade de: 

  • Liquidar a fatura por completo no prazo acordado, de 20 a 50 dias (sem juros); 
  • Pagar apenas uma parte (mínimo obrigatório ou valor à escolha), ficando o restante em dívida com juros. 

A flexibilidade de pagamento oferece maior margem de manobra financeira, útil em meses com menos liquidez ou despesas extraordinárias. 

Emergências e imprevistos 

Se surgir uma despesa inesperada, como uma avaria no carro ou um problema de saúde, o cartão pode ser um alívio temporário para o seu orçamento. 

  • Permite enfrentar o gasto na hora, mesmo que só tenha liquidez mais tarde. 
  • Em caso de urgência no estrangeiro, pode ser o único meio de pagamento disponível. 

Utilização em serviços específicos que requerem garantias

Muitos serviços exigem um cartão de crédito como garantia, especialmente: 

  • Aluguer de viaturas; 
  • Check-in em hotéis; 
  • Reservas de viagens ou pacotes turísticos. 

Um cartão de débito pode ser recusado nestas situações. Assim, pode ser muito útil ter um cartão de crédito, mesmo que usado excecionalmente.

Benefícios e programas de recompensas 

As instituições de crédito que disponibilizam este tipo de cartões oferecem frequentemente vantagens adicionais para atrair clientes: 

  • Programas de cashback, pontos ou milhas; 
  • Acesso a eventos exclusivos ou campanhas promocionais; 
  • Descontos em parceiros (ex.: combustível, viagens, restauração). 

Estes programas podem traduzir-se em poupanças reais, desde que o cartão seja usado com moderação e sem gerar dívidas. 

Proteções de compras e seguros associados 

Muitos cartões incluem seguros gratuitos associados às compras, como: 

  • Proteção em caso de roubo ou dano de bens adquiridos com o cartão; 
  • Extensão de garantia dos produtos; 
  • Seguro de viagem, que cobre cancelamentos, extravio de bagagem ou despesas médicas no estrangeiro. 

Estes seguros, normalmente presentes em cartões gold ou premium, oferecem segurança e tranquilidade adicionais ao consumidor. 

Leia ainda: Cartão de crédito: 5 dicas para otimizar a sua utilização

Riscos dos cartões de crédito 

Embora os cartões de crédito ofereçam conveniência e benefícios, também escondem armadilhas que podem comprometer a estabilidade financeira. Conhecer estes riscos é o primeiro passo para evitá-los. 

Endividamento fácil

Um dos maiores perigos dos cartões de crédito é a facilidade com que se entra em dívida. Como é possível adiar o pagamento das compras e optar por pagar apenas o valor mínimo da fatura, muitas pessoas acabam por acumular montantes elevados sem dar conta. A tentação de comprar algo que, de outro modo, não caberia no orçamento mensal, torna-se forte.

O crédito fácil torna ainda mais difícil resistir ao consumo desnecessário. Quando dá por isso, já está preso num ciclo de dívida.

Leia ainda: Entrei em incumprimento. Como posso resolver?

Juros elevados 

Se não pagar a totalidade do valor em dívida todos os meses, o banco começa a cobrar juros, e eles não são nada leves. A Taxa Anual Nominal (TAN) pode ir de 14% a 18,6 ao ano, o que significa que uma dívida de 1.000 euros pode transformar-se rapidamente num encargo muito maior.

É aqui que muitos consumidores se perdem. Acreditam que conseguem pagar aos poucos, mas os juros acabam por absorver boa parte dos pagamentos mensais, prolongando a dívida indefinidamente.

Compras por impulso 

Os cartões de crédito facilitam as compras emocionais e imediatas. Como não há uma saída direta de dinheiro da conta, o impacto psicológico da despesa é menor. Isso leva a decisões precipitadas, muitas vezes em momentos de stress ou de euforia.

Comprar por impulso com um cartão de crédito pode parecer inofensivo, mas ao fim de um mês, os valores somam-se e tornam-se difíceis de pagar de uma só vez. 

Fraudes 

Embora os sistemas de segurança estejam cada vez mais avançados, os cartões de crédito continuam a ser alvo frequente de fraudes. Burlas online, clonagens e compras não autorizadas são riscos constantes, especialmente em sites de menor reputação ou em redes públicas. Uma vez comprometido, o cartão pode ser usado por terceiros até que o titular se aperceba e tome medidas.

Felizmente, muitas instituições de crédito oferecem seguros contra fraude, mas o transtorno e a eventual dificuldade em recuperar os valores podem ser grandes. 

Leia ainda: Vai usar o cartão de crédito nas férias? 10 cuidados redobrados

Penalizações por incumprimento 

Atrasar ou falhar o pagamento da fatura do cartão tem consequências. Além de juros de mora, os bancos aplicam comissões de incumprimento e podem, posteriormente, reduzir o limite de crédito ou mesmo cancelar o cartão.

Estas penalizações têm impacto direto no orçamento mensal e, em muitos casos, no histórico de crédito. Um registo de incumprimento fica associado ao seu nome no Banco de Portugal, o que pode dificultar a obtenção de outros financiamentos no futuro. 

Cartão de crédito sobre o teclado de um computador portátil

Impacto no Mapa de Responsabilidades do Banco de Portugal 

Ter cartões de crédito ativos influencia diretamente o seu perfil financeiro perante os bancos e outras entidades de crédito. Isso acontece porque todas as linhas de crédito – incluindo os cartões – aparecem no Mapa de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal, um documento onde estão registadas todas as dívidas e financiamentos de cada cidadão. 

Este mapa apresenta informações sobre todos os seus créditos de valor igual ou superior a 50 euros, ordenados por instituição de crédito.

Como os cartões aparecem no mapa 

Mesmo que nunca tenha usado o cartão de crédito, o simples facto de o ter ativo e com limite atribuído já é considerado uma linha de crédito disponível.

No mapa, surgirá o nome da entidade financeira emissora, a data de ativação do cartão de crédito e o montante total de crédito disponível. Se não utilizou o montante do seu cartão de crédito, este vai aparecer no campo “montante potencial”. O montante potencial não é uma dívida. Porém, pode vir a tornar-se numa, se o valor for usado.

Se já tiver utilizado parte ou a totalidade do limite, isso será refletido no mapa no montante total em dívida.

Caso exista atraso nos pagamentos, esse incumprimento também é assinalado, indicando há quanto tempo não cumpre a obrigação. Esta informação consta no campo “Montante e entrada em incumprimento“. Isto pode prejudicar a sua imagem enquanto cliente bancário. Por isso, preste atenção às palavras “incumprimento e valor vencido”.

Contudo, os dados apresentados referem-se sempre ao mês anterior. Por exemplo, se tinha uma dívida de um cartão de crédito em junho de 2025, mas pagou a totalidade do montante em julho de 2025, esta deixa de constar no mapa referente a julho, publicado em agosto (previsão da publicação a 23 de agosto de 2025). 

Leia ainda: Como saber se tem incidentes no Banco de Portugal?

Implicações para pedir crédito à habitação ou pessoal 

Os bancos usam o Mapa de Responsabilidades como uma ferramenta para avaliar o risco de conceder novos créditos. Aliás, é através deste mapa que os bancos medem a sua taxa de esforço, um indicador essencial na aprovação de um novo financiamento, seja um crédito pessoal ou um crédito habitação.

Quando usa a linha de crédito de vários cartões e não liquida a 100%, o montante em dívida é visto como um sinal de pressão financeira, aumentando o risco de incumprimento.

Ao somar as suas prestações dos cartões de crédito à prestação de um novo financiamento, se a sua taxa de esforço ultrapassar os 50%, o crédito é quase certamente recusado. Caso a taxa de esforço ficar acima dos 35% e abaixo dos 50%, uma instituição de crédito pode pedir garantias adicionais para aprovar um novo financiamento.

Por isso, além do risco de incumprimento, se estiver a pensar pedir um novo crédito, faça uma utilização responsável dos seus cartões de crédito.

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Como escolher o cartão de crédito ideal 

Com tantas ofertas disponíveis no mercado, escolher o cartão de crédito mais adequado pode parecer uma tarefa complexa. No entanto, com alguns critérios bem definidos e uma análise cuidada, pode escolher um cartão adaptado ao seu perfil de consumo e às suas necessidades. 

Leia ainda: Como escolher um cartão de crédito?

Identificar o perfil do utilizador 

Antes de escolher entre os diferentes cartões de crédito, é importante perceber como pretende utilizá-lo. Vai usar para compras do dia a dia ou apenas para emergências? Pretende pagar a totalidade da fatura todos os meses ou usá-lo como forma de financiamento ocasional? Está interessado em programas de milhas ou cashback

Um utilizador que paga sempre o total da fatura deve dar prioridade a cartões com anuidade reduzida ou nula e bons programas de recompensas.

Já quem precisa de flexibilidade no pagamento deve procurar cartões com TAEG competitiva e menores custos em caso de fracionamento da dívida. 

Comparar taxas de juro (TAEG e TAN) 

Dois indicadores são fundamentais na escolha do cartão: a TAN (Taxa Anual Nominal) e a TAEG (Taxa Anual de Encargos Efetiva Global). Se antevê a possibilidade de recorrer ao crédito do cartão e não liquidar o valor total todos os meses, a TAEG é o indicador mais importante, pois dá-lhe uma noção mais realista do custo final. 

Leia ainda: TAN e TAEG: Quais as diferenças?

Analisar comissões

Muitos cartões têm comissão de disponibilização (conhecida como anuidade), que pode variar entre os 0 e os 80 euros por ano, dependendo do tipo de cartão e dos benefícios incluídos. Também deve ter atenção a outras comissões, como: 

  • Levantamento em ATM (cash advance) – normalmente com custo fixo ou percentagem do valor; 
  • Comissão por atraso no pagamento – aplicável sempre que não cumpre a data de pagamento; 
  • Emissão de segunda via do cartão ou envio da fatura em papel – podem ser cobradas dependendo da entidade. 

Todos estes encargos devem ser comparados entre diferentes cartões de crédito antes de tomar uma decisão. 

Benefícios e seguros associados 

Alguns cartões oferecem benefícios adicionais como seguros de viagem, proteção de compras, extensão de garantia, entre outros. Cartões gold, platinum e black costumam incluir pacotes de seguros mais abrangentes, mas têm geralmente anuidades mais elevadas. Se viaja com frequência ou faz compras online, pode valer a pena optar por um cartão com estas proteções, desde que não implique um custo anual desproporcional. 

Além disso, há cartões com acesso a salas VIP em aeroportos, assistências em viagem ou ainda cobertura contra roubo de telemóvel e portáteis comprados com o cartão. Avaliar estes extras pode fazer diferença, especialmente se utilizar o cartão para grandes compras ou em viagens. 

Promoções e campanhas temporárias 

Alguns bancos lançam campanhas promocionais para atrair novos clientes, como: 

  • Isenção de anuidade no primeiro ano; 
  • Cashback até um valor limite nas primeiras compras; 
  • Bónus de pontos ou milhas na adesão. 

Estas ofertas podem ser interessantes, mas deve sempre ler as condições com atenção. Muitas vezes, os benefícios são limitados a um período inicial e, findo esse prazo, os encargos sobem consideravelmente. Verifique também se há obrigação de manter o cartão por um período mínimo ou se pode cancelar sem penalização. 

Como aderir a um cartão de crédito

Se está a pensar pedir um cartão de crédito, saiba que o processo de adesão é simples, mas exige alguns cuidados. É fundamental perceber que o banco vai avaliar o seu perfil financeiro antes de aprovar o pedido. Conheça que documentos precisa, como funciona o processo e o que esperar após a aprovação.

Documentos obrigatórios

Para aderir a um cartão de crédito, é necessário apresentar documentação que comprove a sua identidade e a sua capacidade financeira. Em regra, os bancos solicitam os seguintes documentos:

  • Cartão de Cidadão ou Bilhete de Identidade e número de contribuinte;
  • Comprovativo de morada (como uma fatura da luz ou água);
  • Comprovativo de rendimentos (recibos de vencimento, declaração de IRS ou recibos verdes, no caso de trabalhadores independentes);
  • Declaração da entidade patronal (em alguns casos);
  • Mapa de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal.

Estes documentos permitem à instituição avaliar a sua solvência e decidir o limite de crédito a conceder. Porém, se já for cliente do banco onde vai pedir o cartão de crédito, é provável que o processo de adesão seja simplificado.

Processo de adesão

A adesão pode ser feita presencialmente numa agência ou online, através do site ou app do banco. Após a entrega dos documentos, o banco procede à análise do risco de crédito. Se for aprovado, o cartão é enviado para a morada indicada, acompanhado do código PIN. Em muitos casos, a ativação do cartão exige um primeiro acesso à app do banco ou uma chamada telefónica de confirmação.

Pessoas a trocarem o cartão de crédito em mãos

Como utilizar um cartão de crédito com responsabilidade

Ter um cartão de crédito não significa gastar sem limites. A chave está na forma como o utiliza. Para tirar o melhor partido do cartão sem cair em dívidas, adote estratégias simples que o ajudam a manter o controlo das suas finanças pessoais.

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Pagar sempre o valor total da fatura (ou o maior valor possível)

Evitar o pagamento de juros é uma das formas mais eficazes de usar o cartão de crédito de forma responsável. Sempre que possível, pague a totalidade da fatura dentro do prazo. Se não conseguir, opte por pagar o valor mais alto que conseguir, reduzindo assim os encargos com juros.

Acompanhar gastos regularmente

É importante monitorizar as despesas feitas com o cartão, através da app do banco ou extratos mensais. Esta prática ajuda a perceber onde está a gastar, evita surpresas no fim do mês e permite detetar possíveis fraudes ou erros de cobrança.

Evitar levantamentos de dinheiro

O cash advance deve ser evitado, salvo em situações de emergência. Este tipo de operação tem comissões elevadas e começa a gerar juros de imediato. Sempre que precisar de liquidez, avalie outras alternativas de crédito com menores encargos.

Controlar despesas e utilizar alertas e limites de gastos

Estabeleça um limite mensal de utilização do cartão, mesmo que o crédito disponível seja superior. Ative alertas de gastos por SMS ou na app para acompanhar os gastos em tempo real. Esta estratégia ajuda a manter o orçamento sob controlo e evita excessos.

Evitar ter vários cartões sem necessidade

Ter mais do que um cartão pode parecer vantajoso, mas aumenta o risco de perder o controlo sobre os pagamentos e eleva o montante potencial de dívida. Se não utiliza regularmente todos os cartões, o melhor é cancelar os que não fazem falta.

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Sinais de alerta de má utilização do cartão de crédito

Nem sempre é fácil perceber quando o cartão de crédito começa a ser um problema. Existem sinais que indicam que pode estar a entrar numa situação de risco. Conheça os principais alertas e avalie se está a usar este meio de pagamento de forma saudável.

Dificuldade em fazer o pagamento a 100%

Se raramente consegue pagar a fatura por completo, pode estar a acumular dívida perigosa.

Não saber quando e quanto paga em cada cartão

Falta de clareza sobre datas de pagamento e montantes em dívida é um sinal de que o controlo financeiro está comprometido. Conhecer os prazos e os valores a pagar é essencial para uma gestão saudável do crédito.

Pagamento das despesas essenciais sempre com recurso à dívida

Quando passa a usar o cartão de crédito para pagar despesas básicas como alimentação, transportes ou rendas, significa que o orçamento mensal já não cobre o essencial. É um sinal claro de desequilíbrio financeiro.

Como eliminar uma dívida do cartão de crédito?

Se já acumulou uma dívida com o cartão de crédito, é importante agir rapidamente. Ignorar o problema só o agrava. Descubra soluções para reduzir ou eliminar o valor em dívida e recuperar o equilíbrio financeiro.

Leia ainda: 4 formas de reduzir os encargos com créditos

Renegociar as taxas

Pode tentar renegociar as condições com o banco, propondo uma redução da taxa de juro ou um plano de pagamentos fixos. Algumas instituições aceitam rever as condições para evitar o incumprimento por parte do cliente.

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Consolidar crédito

Se tem vários cartões de crédito e sente que os encargos mensais estão a pesar no orçamento, o crédito consolidado pode ser uma solução. Ao juntar todos os créditos num só – incluindo cartões, créditos pessoais ou automóvel – pode conseguir uma prestação mais baixa.

A consolidação permite renegociar os juros. E, normalmente, a taxa aplicada é mais baixa do que a média dos créditos que já tem. Resultado? Pode poupar centenas ou até milhares de euros ao longo do tempo.

Além disso, é possível reduzir ainda mais a prestação mensal ao alargar o prazo do empréstimo. O prazo máximo para o crédito ao consumo é de 7 anos. Mas, em casos excecionais, o crédito consolidado pode ir até aos 10 anos. Atenção: quanto maior o prazo, mais juros paga no total. Ainda assim, o alívio imediato no valor mensal pode fazer a diferença.

Para ter acesso ao crédito consolidado, não pode ter prestações em atraso, precisa de ter uma situação profissional estável e pelo menos dois créditos ativos, excluindo o crédito habitação. Se reunir estas condições, pode reduzir em até 60% o valor das suas mensalidades.

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Uma alternativa ao cartão de crédito: Crédito pessoal

Se precisa de financiar uma despesa específica (como uma viagem, eletrodoméstico ou obras em casa), o crédito pessoal sem uma finalidade específica pode ser mais vantajoso. As taxas de juro são normalmente mais baixas e os prazos e montantes são definidos à partida, facilitando o controlo do orçamento.

Por exemplo, no 3.º trimestre de 2025, a TAEG máxima que pode ser aplicada num crédito pessoal sem finalidade é de 15,9%. Já a dos cartões de crédito não pode exceder os 19,1%. Ou seja, mesmo que uma entidade cobre a TAEG máxima, existe uma diferença de 3,2 pontos percentuais.

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Segurança e prevenção de fraudes

O uso de cartões de crédito exige atenção redobrada para evitar burlas e fraudes. Pequenos cuidados podem fazer a diferença entre uma compra segura e uma dor de cabeça financeira.

Como proteger-se de burlas e clonagem de cartão

Nunca partilhe os dados do seu cartão (número, data de validade e código de segurança) por email, SMS ou telefone. Use sites seguros (com https://) e evite redes Wi-Fi públicas para compras online. Ative a autenticação por dois fatores sempre que possível.

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O que fazer em caso de roubo ou compras não autorizadas

Se detetar uma transação suspeita ou se perder o cartão, deve bloqueá-lo de imediato através da app ou contactando o banco. Pode também apresentar queixa às autoridades e deve comunicar o incidente ao banco para iniciar o processo de reembolso, quando aplicável.

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Uso seguro em compras online

Use cartões virtuais temporários para compras online. Verifique sempre a reputação do site onde está a comprar. Evite guardar os dados do cartão em sites e plataformas digitais.

Seguros associados a cartões

Muitos cartões de crédito incluem seguros automáticos associados à sua utilização. Estes seguros variam conforme o tipo de cartão e a entidade bancária, mas entre os mais comuns estão:

Estes seguros são frequentemente oferecidos nos cartões gold, platinum ou premium. Antes de aderir a um cartão, verifique quais os seguros incluídos, os respetivos limites e exclusões. Estes seguros, em certos casos, justificam o custo da anuidade.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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