Para assumir hábitos de poupança é fundamental encontrar um conjunto de motivos e objetivos que possam reforçar a motivação para a poupança consistente. O valor em si (que conseguir poupar) não é irrelevante, mas o que realmente interessa, para começar, é o comportamento de poupar.
A longo prazo, as consequências de não se poupar podem ser, no mínimo, restritivas dos objetivos que pretendemos atingir no futuro. E isso, poderá vir a constituir um desafio ou dificuldade acrescida. Um pé-de-meia pode constituir, por um lado, um balão de oxigénio para tempos mais dificeis, por outro lado oferece-nos mais liberdade na tomada de decisão.
Independentemente das nossas características pessoais, há certos desafios que podemos considerar comuns à generalidade da população. Por exemplo, o estabelecer de objetivos de médio e longo prazo, pode ser uma excelente ferramenta para nos focarmos no que realmente queremos para melhorar a nossa saúde financeira.
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1. Assegurar o futuro dos filhos com hábitos de poupança
Todos os pais querem o melhor para os seus filhos, sobretudo ao nível da formação e da educação. Querem, essencialmente, que atinjam os seus sonhos profissionais e pessoais.
Assim, mudar os seus hábitos de poupança e conseguir ter um "pé de meia" vai facilitar nas mais diversas tomadas de decisão, permitindo o acesso a um leque maior de opções. Nomeadamente, em situações como:
- Ingressar no ensino profissional ou no ensino superior: os custos básicos de alimentação, material didático, transporte, propinas, entre outros;
- Estudar numa zona distante do local de residência, seja a nível nacional, seja no estrangeiro (acrescentar aos custos já referidos os custos de alojamento, de alimentação suplementar, entre outros);
- Financiar pós-graduações complementares à formação base;
- Financiar a abertura do seu próprio negócio;
- Suportar custos iniciais resultantes da saída do país para exercer a sua atividade profissional;
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2. Tenha hábitos de poupança "pela sua saúde"
Preservar a nossa saúde é algo primordial. É um investimento com retorno imediato.
Portugal tem um Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas, por vezes, e em função da urgência, é necessário recorrer a certas especialidades nos serviços de saúde privados. Logo, deve salvaguardar-se criando um fundo para fazer face a eventuais despesas de saúde. Ao ponderar esta solução, vai estar a pensar em si, mas também naqueles que lhe são mais queridos.
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3. Reforma
De acordo com o último relatório do Inquérito à Literacia Financeira dos Portugueses, em 2020, aumentou a proporção dos entrevistados que revela estar confiante com o planeamento da reforma (cerca de 37% em 2015).
Por outro lado, também aumentou a proporção dos que referem que vão financiar a sua reforma através de um plano de poupança privado (15,2% em 2020 e 11,9% em 2015) ou de um fundo de pensões constituído pela empresa onde trabalham (4,4% em 2020 e 2,9% em 2015).
Todavia, aumentou também a percentagem de entrevistados que não planeia a reforma (18% em 2020 e 7,6% em 2015).
Por outro lado, com base no relatório da Comissão Europeia, "The 2021 Ageing Report", onde são efetuadas várias estimativas de diversos indicadores até 2070, destacam-se três indicadores relevantes e que importa aqui sublinhar, já que podem vir a ter um impacto negativo nas reformas a médio e longo prazo.
- Rácio de contribuintes por cada 100 pensionistas: em 2019 foi de 190,7 e em 2045 é estimado um valor de 129.1 (redução de 32%). Em 2055 atinge o valor mínimo de 125. Estima-se uma diminuição do número de contribuintes quando comparado com o número de reformados, ou seja, população ativa decrescente, originando menos descontos para a segurança social;
- Rácio de valor auferido na reforma sobre o vencimento: em 2019 foi de 74% e em 2045 é estimado um valor de 48,2%. Por outras palavras, estima-se que em 2045, o valor da reforma pago pelo Estado será de 48,2% do valor referente ao último vencimento. As más noticias não se ficam por aqui pois em 2050 esse valor estimado desce para 43,5%;
- Período médio de descontos para a segurança social: em 2019 foi de 30,3 anos e em 2045 é estimado 33,1 anos. Ou seja, é previsto que a população ativa atual tenha de trabalhar até mais tarde e venha a receber uma reforma inferior.
Segundo os especialistas, a população ativa atual em Portugal, tem motivos para estar preocupada. Quantos anos lhe faltam até à reforma? Faça um plano de poupança reforma e escolha um investimento adequado ao seu nível de risco. O mais importante é começar e quanto mais cedo melhor.
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4. Situações imprevistas
Nos últimos dois anos e meio, surgiram duas situações imprevistas e de carácter global, com impacto direto na qualidade de vida da sociedade e com um acréscimo significativo de despesas e dificuldades no nosso orçamento familiar.
Em março de 2020, registaram-se os primeiros casos de COVID-19 em Portugal, obrigando a adoção de medidas restritivas de carácter económico, com encerramento de estabelecimentos e suspensão das atividades económicas. Foi uma disrupção com impacto direto em muitas famílias portuguesas.
Por outro lado, desde janeiro de 2022 que a Euribor ainda não parou de subir, afetando as prestações do crédito à habitação e, deste modo, diminuindo a folga financeira das familias.
A estes pontos de dimensão global, temos diversos exemplos de carácter pessoal: avaria no carro, necessidade de obras em casa, uma situação de desemprego inesperado, uma doença do animal de estimação, entre outros.
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5. Ambições pessoais também assentam em hábitos de poupança
Ao longo do tempo vamos tendo sonhos, idealizamos um certo tipo de vida e tentamos ser bem-sucedidos. Mas, como a vida nunca é uma linha direita, alguns sonhos podem ficar por atingir ou pendentes na rotina diária.
Fazer a viagem que sempre sonhou, comprar uma casa ou ter um objetivo de mudar de carreira, são objetivos que requerem disponibilidade financeira, procurando minimizar o impacto na qualidade de vida atual. Logo, poupar é um primeiro passo para aquela que consideramos ser a nossa missão de vida.
Assim sendo, mudar ou ajustar os seus hábitos de poupança passa por estar focado em atingir esses objetivos e usar essa motivação para fazer o pé de meia que tanto o ajudará a longo prazo.
Sensibilizar as gerações mais novas para a importância da poupança também é importante face aos desafios futuros.
Lembre-se, quando o comportamento da poupança já estiver incorporado na sua rotina, pode ir ajustando o valor a poupar em função dos seus proveitos e encargos. Para além do hábito da poupança, quanto mais cedo começar, melhor. O tempo e a consistência vão ser sempre os seus maiores aliados.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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