banner publicitário
Jovem com uma mochila atrás de outros três jovens a ilustrar como preparar a ida para universidade longe de casa

Estudar numa universidade longe de casa é um passo marcante na vida de muitos jovens. Além do desafio académico, esta transição implica sair do ambiente familiar e ganhar autonomia. Preparar esta mudança exige atenção a aspetos logísticos, emocionais e financeiros – especialmente quando a universidade fica a centenas de quilómetros de casa.

E dado que muitos estudantes acabam por ir para uma universidade longe de casa devido às vagas disponíveis nos cursos que pretendem ou pelo prestígio da instituição, esta realidade levanta questões práticas: Onde vou morar? Como devo gerir o meu orçamento? O que preciso para viver sozinho?

Neste artigo, saiba o que é preciso para se preparar da melhor forma para estudar longe de casa.

Leia ainda: Quais os cursos com maior empregabilidade?

Planeie a mudança com antecedência para evitar surpresas

A preparação para a entrada na universidade começa muito antes do primeiro dia de aulas. A escolha do curso e da instituição influencia diretamente a logística da mudança, sobretudo quando o estudante tem de mudar de cidade. O ideal é iniciar este planeamento logo após a candidatura, ou até antes, antecipando possíveis cenários.

Ao saber que irá estudar longe de casa, deve considerar o tipo de alojamento mais adequado. Por exemplo, é preciso analisar algumas das opções mais comuns, como: uma residência universitária, um quarto arrendado, uma casa partilhada ou até estadia com familiares. Cada opção tem custos, regras e disponibilidades distintas, que variam consoante a cidade e a procura. Nas grandes cidades, como Lisboa, Porto ou Coimbra, a procura é elevada e os preços do arrendamento são mais altos.

Além do alojamento, é essencial criar uma lista de bens a transportar, calcular os custos da mudança e planear as primeiras semanas de adaptação. Quanto mais cedo estes passos forem organizados, mais tranquila será a mudança. A antecipação ajuda a evitar decisões precipitadas e gastos desnecessários.

Leia ainda: Universidade à porta? 6 passos na preparação antes e depois

Visite o local onde vai estudar várias vezes

Antes da mudança definitiva, é recomendável visitar a cidade onde vai estudar. Conhecer o bairro onde poderá morar, perceber a distância até à universidade, experimentar os transportes públicos e procurar supermercados ou centros de saúde são medidas práticas que fazem toda a diferença.

Estas visitas são também oportunidades para identificar zonas seguras, mais económicas ou mais bem servidas de infraestruturas. Por norma, os estudantes que visitam previamente o local têm mais facilidade em adaptar-se ao novo ambiente. Afinal, já tiveram oportunidade de se familiarizar com o espaço e com as rotinas locais.

Em muitas universidades, os dias abertos ou as semanas de receção aos novos alunos incluem visitas guiadas ao “campus”, apoio dos núcleos de estudantes e apresentações dos serviços académicos. Participar nestas atividades é útil não só para se ambientar, mas também para começar a criar uma rede de contactos e apoio.

Aprenda as tarefas domésticas principais para facilitar a adaptação

Viver sozinho implica lidar com algumas responsabilidades que, por norma, estavam a cargo de outros membros da família. Saber cozinhar refeições simples, manter a casa limpa, lavar a roupa ou gerir os horários são competências essenciais para a autonomia na universidade. No entanto, muitas vezes estes aspetos são negligenciados durante a preparação para a mudança.

Aproveitar os meses anteriores para aprender a cozinhar, limpar a casa e organizar o orçamento semanal pode fazer uma grande diferença. Ao nível da gestão do orçamento, existem cursos, vídeos tutoriais ou até artigos que o podem ajudar nesta missão.

Além de poupar dinheiro e garantir melhores hábitos alimentares, estas aprendizagens promovem a confiança e a autoestima. Ser capaz de gerir a vida doméstica com eficácia ajuda a reduzir o stress nos primeiros meses e a concentrar-se no sucesso académico.

Antecipe as idas a casa: Quantas, quando e quanto custa?

Estudar numa universidade longe de casa não significa cortar os laços com a família. Muitos estudantes regressam a casa em fins de semana, feriados ou nas pausas letivas. Ainda assim, é importante planear estas viagens com antecedência, sobretudo em termos de custo.

Os custos das viagens, sejam de comboio, autocarro ou carro, variam conforme a distância e a antecedência da reserva. Um estudante de Faro a frequentar uma universidade no Porto poderá gastar quase 60 euros numa única viagem, caso opte pelo comboio. No entanto, se comprar a viagem com antecedência, este custo pode descer para 35 euros.

Por isso, pondere a frequência das idas a casa e estipule um número de visitas mensais ou trimestrais. Desta forma, consegue identificar o peso deste encargo no seu orçamento.

Embora o apoio familiar seja reconfortante, a adaptação à nova cidade também exige algum afastamento temporário. Criar uma rotina estável no local de estudo favorece a integração social e académica. O ideal é encontrar um equilíbrio saudável entre regressar a casa e construir uma nova vida na universidade.

Identifique todos os custos com a ida para a universidade longe de casa

Para saber quanto vai gastar mensalmente com a ida para uma universidade longe de casa, precisa de identificar todos os custos que vai ter. Contudo, estas estimativas podem não refletir a realidade depois da instalação. Mas, dado que a maior fatia das despesas se destina ao alojamento, alimentação, transportes e encargos com os estudos, é fundamental fazer um levantamento de quanto vai gastar.

Em média, um quarto para estudantes em Lisboa custa cerca de 485 euros mensais. Já no Porto, o custo médio é de 390 euros e em Coimbra de 270 euros. Estes dados são do Observatório do Alojamento Estudantil, publicado pela plataforma Alfredo.

Já um estudo do Iscte, realizado em 2024, indicava que um estudante do Ensino Superior precisa de, em média, 900 euros mensais para pagar todas as despesas.

Por isso, faça as contas com antecedência, para ter a certeza de que consegue suportar os custos com a ida para uma universidade longe de casa.

Leia ainda: Universidade longe de casa: Quais os custos a ter em consideração?

Conheça os apoios disponíveis para estudantes deslocados

Em 2025, os estudantes deslocados podem beneficiar de alguns apoios, desde bolsas de estudo até subsídios de alojamento.

A bolsa de estudo da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) é atribuída com base nos rendimentos do agregado familiar. Contudo, existe um apoio extraordinário ao alojamento para estudantes deslocados. No ano letivo de 2024/2025, este apoio consistia na atribuição de um complemento de alojamento até 50% dos limites fixados para cada área geográfica para estudantes deslocados não bolseiros, com rendimentos per capita entre 23 e 28 vezes o Indexante dos Apoios Sociais (IAS).

É ainda essencial consultar alguns programas em vigor, como arrendamento acessível (Portal da Habitação), os programas que abrangem as residências universitárias e programas municipais de apoio ao arrendamento.

Leia ainda: Medidas de acesso à habitação: O que está em vigor 

Faça a gestão do orçamento mensal com rigor

Um dos maiores desafios dos estudantes deslocados é a gestão do dinheiro. Com despesas fixas como renda, alimentação, transportes e materiais escolares, é fundamental planear bem cada euro disponível. Criar um orçamento mensal pode ser a chave para manter a estabilidade financeira ao longo do ano.

Existem várias aplicações gratuitas que ajudam a registar e categorizar as despesas, permitindo perceber onde se pode cortar e onde há margem para poupar. Estabelecer limites semanais para compras e refeições fora é uma boa forma de controlar os gastos, especialmente nos primeiros meses.

Além disso, muitos estudantes procuram trabalhos em part-time para complementar o orçamento. Restaurantes, livrarias, centros comerciais ou apoio a eventos universitários são algumas das opções mais comuns. É importante garantir, contudo, que o trabalho não compromete o rendimento académico.

Leia ainda: Estudar e trabalhar: Quais são as vantagens e desvantagens? 

Crie uma rede de apoio no novo destino

A ida para a universidade longe de casa pode ser emocionalmente exigente. A saudade da família, o desconhecimento da nova cidade ou o medo do insucesso académico são sentimentos normais. Por isso, é fundamental construir uma rede de apoio logo desde o início.

Participar em atividades extracurriculares, integrar associações académicas ou clubes de estudantes ajuda a conhecer novas pessoas e a criar relações. Partilhar experiências com colegas na mesma situação pode ajudar a lidar com o impacto emocional da mudança. Muitos núcleos de estudantes organizam encontros informais ou sessões de acolhimento precisamente com este objetivo.

Além disso, as universidades disponibilizam serviços de apoio psicológico, tutoriais e acompanhamento pedagógico. Estes recursos estão ao dispor de todos os alunos e devem ser utilizados sempre que necessário. Procurar ajuda é um sinal de maturidade e não de fraqueza.

Preparar a mente para os altos e baixos da nova fase

A transição para a universidade longe de casa não é sempre linear. Haverá momentos de entusiasmo e conquistas, mas também de dúvidas, cansaço ou solidão. Preparar-se emocionalmente para essa montanha-russa é tão importante quanto fazer as malas.

Ter expectativas realistas, aceitar que haverá desafios e manter contacto regular com familiares e amigos ajuda a manter o equilíbrio emocional. Criar rotinas saudáveis, como dormir bem, fazer exercício e evitar o isolamento, contribui para o bem-estar geral.

Acima de tudo, é importante lembrar que esta fase é uma oportunidade de crescimento. Ganhar autonomia, lidar com responsabilidades e ultrapassar obstáculos são aprendizagens que vão muito além da sala de aula. Cada passo dado longe de casa é, também, um passo rumo à maturidade.

Uma jornada com impacto para a vida

Estudar numa universidade longe de casa é muito mais do que um percurso académico, é uma experiência de vida. Envolve desafios logísticos, emocionais e financeiros, mas também abre portas a novas amizades, conquistas e independência. A chave para o sucesso está na preparação: quanto mais estruturado for o plano, mais leve será a adaptação.

Com o apoio certo, informação atualizada e uma boa dose de iniciativa, é possível transformar esta mudança num dos capítulos mais enriquecedores da vida de um jovem. E, tal como no primeiro dia de aulas, tudo começa com um passo informado e confiante.

Leia ainda: Dicas para estudantes que vão para uma universidade fora da sua cidade

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

Cultura e LazerFinanças pessoaisHabitaçãoJovensVida e família