Os bancos reduziram os juros pagos pelas poupanças dos portugueses pelo quinto mês consecutivo, em maio. De acordo com os dados do Banco de Portugal, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares passou de 2,75%, em abril, para 2,72%, em maio. Os juros atingiram máximos de mais uma década, em dezembro, acima dos 3%, tendo vindo a diminuir todos os meses, desde então.
Apesar disso, as famílias continuam a colocar a maior parte das suas poupanças em depósitos. Os dados mostram que o montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares totalizou 10.606 milhões de euros em maio. “À semelhança do que aconteceu em abril, o elevado volume de novas operações de depósitos foi determinado, em grande medida, pela reaplicação em novos depósitos a prazo de montantes anteriormente aplicados em depósitos deste tipo, sem renovações automáticas, que atingiram a maturidade em maio”, justifica o Banco de Portugal.
Nos novos depósitos com prazo até 1 ano, que representam 96% dos novos depósitos feitos em maio, a taxa de juro média diminuiu 0,04 pontos percentuais, passando de 2,79% para 2,75%. Já nos depósitos a mais de 2 anos, o juro desceu de 2,01% para 1,97%, e nos depósitos de 1 a 2 anos aumentou de 2,03% para 2,16%.
Portugal é o sétimo país do euro que menos paga pelos depósitos
A queda nos juros dos depósitos não é exclusiva de Portugal. Na Zona Euro, a taxa de juro média baixou de 3,11% para 3,09%, com os bancos portugueses a manterem-se no sétimo lugar dos que menos remuneram as poupanças na região da moeda única.
Atrás de Portugal, surgem apenas a Eslovénia, Grécia, Chipre, Croácia, Espanha e Irlanda.
Recorde-se que, na última reunião de 6 de junho, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou a primeira descida de juros desde setembro de 2019, que colocou a taxa dos depósitos nos 3,75%.
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Crédito habitação: Juros dos novos empréstimos caem para 3,61%
De acordo com os dados do Banco de Portugal, a taxa de juro média das novas operações de crédito habitação, que incluem as renegociações, caiu de 3,74%, em abril, para 3,71%, em maio, naquele que foi já o oitavo mês consecutivo de descidas. Este valor compara com a média de 3,76% dos países da Zona Euro.
Já ataxa de juro média dos novos contratos de crédito habitação desceu para 3,61%, enquanto nos contratos renegociados, aumentou ligeiramente para 4,06%. Isto num mês em que as renegociações voltaram a diminuir. O Banco de Portugal revela que foram renegociados 395 milhões de euros de crédito habitação, menos 84 milhões do que em abril.
No que respeita ao crédito ao consumo, a taxa média das novas operações caiu pela primeira vez este ano, passando de 9,63%, em abril, para 9,55% em maio. Nos empréstimos para outros fins, a taxa de juro média aumentou para 5,01%.
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Só 1 em cada 5 novos créditos habitação são a taxa fixa
Em maio, apenas 1 em cada 5 (20%) novos créditos habitação foram contratados a taxa fixa. Já a taxa mista tem um peso de 76% nos novos créditos, e a taxa variável de 4%.
“O aumento do peso das novas operações a taxa mista tem-se refletido na recomposição do stock de crédito à habitação, em que os contratos a taxa mista já representam 24% do stock de crédito à habitação em maio de 2024 (em dezembro de 2022 era 6,4%)”, refere o Banco de Portugal.
As amortizações antecipadas de crédito à habitação representaram 0,91% do stock de empréstimos em maio, menos 0,02 pontos percentuais do que no mês anterior. As amortizações antecipadas totais (que incluem os contratos finalizados por amortização da dívida do devedor, as consolidações de crédito em novo contrato e as transferências de crédito para outra instituição) corresponderam a 91% das amortizações antecipadas em maio.
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