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imagem panorâmica da cidade de Lisboa

Os preços das casas cresceram 16,3% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2024. De acordo com o Índice de Preços da Habitação do Instituto Nacional de Estatística (INE) este é o maior aumento desde que há registo.

Os dados do INE reúnem informação desde 2009, com a primeira análise comparativa a acontecer em 2010. Antes desde aumento, o maior crescimento homólogo tinha sido no segundo trimestre de 2022.

Ao mesmo tempo, a subida dos preços entre o último trimestre de 2024 e o primeiro de 2025 foi de 4,8%. À semelhança do que aconteceu com a comparação homóloga, este foi o maior crescimento em cadeia – ou seja, entre dois trimestres seguidos – de que há registo.

Este aumento recorde dos preços das casas coincide com o período em que entrou em vigor a garantia pública no crédito por parte do Estado.

Preços das casas existentes foram os que mais cresceram

As casas existentes viram os preços subir 17% em relação ao primeiro trimestre de 2024, enquanto as casas novas registaram uma subida ligeiramente mais baixa, de 14,5%.

Já na evolução em cadeia, a subida foi de 5,3% nos imóveis existentes e de 3,7% nos novos. Acompanhando o que aconteceu no panorama geral, também estes crescimentos (homólogo e em cadeia) foram os maiores desde que o INE compila informações sobre os preços das casas.

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Famílias compraram quase 90% dos imóveis

Entre o primeiro trimestre de 2024 e o primeiro trimestre de 2025, as transações cresceram 25%. Foram feitos 41.358 negócios, dos quais 8.359 relativos a casas novas e 32.999 a habitações já existentes. Com um peso de 79,8% no total de compras e vendas, é bem ilustrativo o peso que os imóveis usados têm no mercado imobiliário português.

Das 41.358 transações, quase 36 mil foram feitas por famílias, ou seja, 87%. Este é o peso relativo mais alto desde o segundo trimestre de 2022. Além disso, as compras por famílias cresceram 27,2% em termos homólogos.

Apesar de tudo, houve uma diminuição de transações em relação aos últimos três meses de 2024, quando foram negociadas mais de 45 mil casas.

Mercado imobiliário movimentou quase 10 mil milhões de euros

No primeiro trimestre de 2025, as transações imobiliárias valeram 9,6 mil milhões de euros, um aumento de 42,9% em relação ao mesmo período do ano passado (ainda assim, uma redução de 5,5% em cadeia).

Sem grande surpresa, tendo em conta a grande diferença no número de imóveis negociados, as casas existentes tiveram um peso superior ao das casas novas: 7 mil milhões de euros contra 2,6 mil milhões de euros.

As compras por parte de famílias representaram 8,3 mil milhões de euros (86,2% do total), o que representou um aumentou homólogo de 46,3% e uma redução em cadeia de 3,8%.

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Norte foi quem mais negociou, Grande Lisboa quem mais rendeu

O Norte, com um total de 12.285 transações, concentrou 29,7% do total das vendas de habitações, a percentagem mais alta na análise por NUTS II. No entanto, este número representa uma redução homóloga, ainda que ligeira, de 0,3%.

Em segundo lugar no número de transações aparece a Grande Lisboa (8.018 e 18,4% do total). Ainda assim, esta é a região que movimentou mais dinheiro, com pouco mais de três mil milhões de euros 31,8% do total). O Norte movimentou cerca de 1,5 milhões de euros. Já a região Centro aparece em terceiro lugar tanto no número de transações como no valor negociado.

Ainda assim, no seu relatório, o INE destaca a Península de Setúbal e a Região Autónoma da Madeira, por serem “as regiões que registaram os maiores acréscimos homólogos em termos de quotas relativas”, ou seja, com o maior crescimento no valor transacionado. Foi de 0,6% e 0,4%, respetivamente.

Peso das compras por não residentes registou o valor mais baixo desde 2021

“As habitações adquiridas por compradores com domicílio fiscal em Território Nacional aumentaram 26,6% em termos homólogos, para 39.260 unidades”, diz o INE no relatório.

Ao mesmo tempo, o peso relativo dos compradores com domicílio fiscal fora de Portugal foi o mais baixo desde o segundo trimestre de 2021. Ainda assim, há distinções entre compradores com e sem domicílio fiscal na União Europeia (UE).

Os compradores da UE forem responsáveis por 1.109 transações, um crescimento de 12,1% em relação ao primeiro trimestre de 2024. Pelo contrário, as transações por compradores com domicílio fiscal fora da UE recuaram 8,3%, fixando-se em 989 unidadas.

No total, as transações por compradores com domicílio fiscal fora de Portugal representaram 5,1% do total (2.098 unidades).

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Perguntas frequentes

É um indicador estatístico do INE que tem como principal objetivo medir a evolução dos preços dos alojamentos familiares adquiridos pelo setor institucional das Famílias no mercado residencial em Portugal.

É a evolução em relação ao período imediatamente anterior, como um mês, um trimestre ou um semestre. Por exemplo, se no segundo trimestre um indicador tiver uma evolução em cadeia de 2%, significa que cresceu 2% em relação ao primeiro trimestre.

É a evolução em relação ao mesmo período do ano anterior. Por exemplo, se no terceiro trimestre de um ano um indicador tiver uma evolução em cadeia de 2%, significa que cresceu 2% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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