Já fez a sua selfie financeira de 2022?

Neste fim de ano, faça um balanço do que correu bem e do que correu mal, em termos financeiros. E faça já o seu planeamento de 2023.

Quando chegamos ao fim de um ciclo, é sempre bom fazer um balanço para vermos o que correu bem (para manter ou melhorar) e o que correu mal (para corrigir ou não repetir os erros). Costumo fazer isso todos os anos.

Em termos financeiros, uma forma simples de saber se evoluiu ou regrediu é recuperar o seu saldo bancário (de todas as suas contas e ferramentas financeiras) a 31 de dezembro de 2021 e comparar com o valor que tem agora exatamente nas mesmas ferramentas de poupança e investimento (mais as que subscreveu entretanto). Eu uso uma folha de Excel onde faço isso todos os meses, portanto agora basta-me ver os valores totais de dezembro, passado mais um ano.

A minha primeira conclusão - e presumo que será semelhante à de muitos de vocês - é que 2022 foi um ano (mais uma vez) atípico. A guerra trocou completamente as nossas voltas. A inflação disparou mais do que esperávamos e a Euribor subiu muito depressa para valores que não víamos há mais de 10 anos. Ou seja, foi a chamada “tempestade perfeita” em termos financeiros.

Tente perceber onde cometeu erros que o fizeram desperdiçar dinheiro neste ano que passou e corrija-os. Não seja complacente consigo mesmo. Assuma o que correu mal e esteja determinado a não os repetir.

Como evoluiu o seu património?

Mesmo assim, também pode ter havido coisas que correram bem, ou melhor do que esperávamos. É muito importante que veja se de facto o seu património cresceu, diminuiu ou se se manteve em 2022. Esse retrato é importante para percebermos em que pé estamos ao entrar em 2023. Fique feliz se pelo menos manteve o seu património. Se conseguiu, já é uma vitória.

Pessoalmente, os meus investimentos sofreram um grande rombo em 2022, sobretudo por causa da guerra. Perdi quase todos os lucros que acumulei ao longo dos últimos anos. Por outro lado, aproveitei essas quedas para investir em novos produtos (mais um PPR e Certificados de Aforro) e reforcei alguns produtos que já tinha. Portanto, espero colher os frutos desse esforço mais à frente. As minhas criptomoedas estão com uma perda de 50%, mas decidi não reforçar essas. 

Nunca se esqueça de que as crises são excelentes oportunidades se as soubermos aproveitar: é quando os PPR, Fundos de Investimento, ações, ETF, etc estão em “saldos”. É aqui que entra a literacia financeira. Claro que para isso é preciso que antes tenhamos criado uma poupança com o objetivo de investir quando surgisse a oportunidade. Agora há uma oportunidade. Se a aproveita ou não, é consigo. Até para os menos afoitos, os Certificados de Aforro estão a render como nunca. Estão quase no máximo. Avalie.

Leia ainda: Como subscrever certificados de aforro?

Prepare-se já para o novo ano

Ao mesmo tempo que faz o balanço de 2022, faça já o seu planeamento de 2023. Faça as contas a quanto vai subir o seu crédito à habitação e a quanto isso lhe vai custar a mais por mês e por ano. Vai ter de encontrar esse dinheiro em algum lado. Não empurre o problema com a barriga. Esse dinheiro vai MESMO sair da sua conta. Renegoceie todas as suas despesas fixas, como seguros, eletricidade, gás, anuidades, etc. E corte tudo o que for supérfluo. Tente começar 2023 sem “gorduras” financeiras.

Decida ganhar dinheiro extra em 2023. Decida quanto por mês e encontre maneiras de atingir o seu objetivo. Você deve ter um talento que pode rentabilizar. Não tenha vergonha. Avance!

O seu “eu do futuro” vai agradecer-lhe quando chegar a dezembro de 2023. Pode ser até que o ano corra melhor do que estamos à espera. Pelo menos, não custa tentar ser otimista. Não fique de braços cruzados a ver o que acontece. 

Leia ainda: Vale a pena investir num PPR antes do fim do ano?

Pedro Andersson nasceu em 1973 e apaixonou-se pelo jornalismo ainda adolescente, na Rádio Clube da Covilhã. Licenciou-se em Comunicação Social, na Universidade da Beira Interior, e começou a carreira profissional na TSF. Em 2000, foi convidado para ser um dos jornalistas fundadores da SIC Notícias. Atualmente, continua na SIC, como jornalista coordenador, e é responsável desde 2011 pela rubrica "Contas-Poupança", dedicada às finanças pessoais. Tenta levar a realidade do dia a dia para as reportagens que realiza.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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