A compra de casa pode tornar-se uma "dor de cabeça" se não for devidamente planeada, mas também porque, em grande parte dos casos, é o maior investimento que uma pessoa pode fazer durante a sua vida.
Devido aos valores envolvidos, existem potenciais erros que podem custar-lhe milhares de euros e que deve evitar cometer a todo o custo. Fique a conhecer alguns deles e como evitá-los.
Não ter ideia do quanto pode pagar pela casa
Um dos erros a evitar é avançar para a compra de uma casa sem ter qualquer ideia do quanto pode pagar. Assim, deve primeiro certificar-se do valor máximo que pode pedir de crédito à habitação, de forma a que a sua situação financeira não fique comprometida e a não desiludir-se, já que pode não ter capacidade para comprar o que deseja.
No pior dos casos, pode até mesmo acabar por comprar a sua "casa de sonho", mas perante uma situação inesperada, como desemprego, complicações de saúde, um acidente ou uma subida abrupta das taxas Euribor, pode ter de fazer grandes sacrifícios para conseguir cumprir com as suas obrigações.
Por isso, não deve encarar a compra da sua habitação como uma transação isolada no tempo, mas antes como um compromisso de muitos anos que terá de suportar. Quanto menos peso tiver no seu orçamento, melhor será para a sua carteira.
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Ignorar a importância da localização e acessibilidade
Outro aspeto que deve ter em consideração na compra de casa prende-se com a localização e acessibilidade. Possivelmente, até pode conseguir um melhor negócio (em termos monetários) se se afastar do centro da cidade, mas precisa de estar disposto a comprometer alguns fatores. Nomeadamente, os acessos, existência de pontos de interesse, transportes, locais de lazer, além da possível valorização da habitação no futuro.
Uma boa localização e bons acessos podem muitas vezes ser sinónimos de poupança. Por exemplo, suponha que consegue encontrar uma habitação 30.000€ mais barata fora do centro da cidade, com as mesmas características, mas fica a uma distância de 30km não só do seu emprego, mas também do(a) seu/sua companheiro(a). Isto significa que, em conjunto, vão gastar aproximadamente 16€ por dia para se deslocarem, assumindo que cada automóvel consome 7l/100km e que o preço do combustível custa 1,90€.
No final do mês são cerca de 350€ só em combustível. Isto, sem contabilizar o tempo que provavelmente ambos irão perder no trânsito. Além disso, deve também ter em conta o desgaste dos próprios automóveis que, consequentemente, implica uma maior manutenção. Ao longo do tempo, os 30.000€ que poupou na compra da habitação "desaparecem" devido aos outros custos. Por isso, antes de tomar uma decisão, contabilize todas as despesas para não ter surpresas.
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Deixar as emoções levarem a melhor
Quando encontrar a sua "casa de sonho", existe uma forte probabilidade de tentar fazer tudo para conseguir comprá-la. O que inclui, muitas vezes, ir além das possibilidades. Logo, deve deixar as emoções de lado na hora de decidir o que realmente necessita e o que pode efetivamente pagar. Caso contrário, pode colocar-se numa situação financeira frágil que, a qualquer momento, pode levar ao incumprimento.
Por essa razão, deve manter o foco naquilo que realmente faz a diferença para si. O tamanho da casa é o mais indicado para a sua família? Está numa boa localização para se deslocar para o trabalho e para levar os seus filhos à escola? Existe a possibilidade de a casa vir a valorizar no futuro? Estas são algumas das questões às quais deve conseguir responder. Se, depois, conseguir ter alguns "luxos", tanto melhor. No entanto, não deixe que os desejos falem mais alto do que as suas necessidades.
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Dar uma entrada muito baixa
O valor da entrada tem um grande impacto na hora de pedir o seu crédito habitação. Com uma entrada significativa, existe a possibilidade de ter melhores condições de financiamento, o que faz com que o montante final a pagar pela habitação fique "mais em conta". Se for um valor superior ao mínimo (10% do preço da habitação), vai mostrar ao banco que tem uma maior capacidade de cumprir com o financiamento. Por consequência, o banco consegue oferecer-lhe melhores condições no spread ou ao nível das garantias pedidas.
As vantagens não são só no momento em que faz o financiamento, mas também ao longo do contrato. Se as taxas Euribor subirem, quanto menor for a sua prestação atual, menor será o seu aumento. Em "situações de aperto", pode fazer a diferença.
Suponha que contraiu um crédito a 30 anos com um spread de 1%. Se o montante em dívida for 140.000€, então uma subida de 1% na taxa Euribor implica um aumento de 67,17€ por mês na sua prestação mensal. Se, ao invés de contrair uma dívida de 140.000€, der uma entrada maior e contrair apenas 100.000€, consegue reduzir esse aumento para apenas 47,98€.
Montante em dívida | Prestação (Euribor 0%) | Prestação (Euribor 1%) | Diferença prestação atual e futura |
100.000€ | 321,64€ | 369,62€ | 47,98€ |
120.000€ | 385,97€ | 443,54€ | 57,57€ |
140.000€ | 450,30€ | 517,47€ | 67,17€ |
160.000€ | 514,62€ | 591,39€ | 76,77€ |
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Não contabilizar o custo dos impostos e comissões
Deeve ter bem presente os valores das comissões e impostos associados à aquisição de uma habitação. Assim, deve sempre ler a Ficha de Informação Normalizada Europeia (FINE), onde constam todos os custos associados ao seu crédito à habitação, incluindo as comissões e impostos.
Por exemplo, para um imóvel que custe cerca de 100.000€ terá de pagar 951,96€ em IMT (Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis) e imposto de selo. Já para um imóvel que custe 200.000€, este valor dispara para 6.512,78€, ou seja, seis vezes mais. Apesar do valor da habitação "apenas" ser o dobro, o imposto a pagar é bastante superior. Por isso, tenha em consideração que estes valores não aumentam de forma linear.
Além destes impostos, também existe lugar ao pagamento de comissões que variam consoante o valor do crédito e da instituição bancária. Quanto maior o financiamento, mais elevadas são as comissões. Por isso, na hora de decidir a melhor opção para si, não se esqueça que o valor de entrada é apenas uma das várias despesas que terá de suportar.
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Gastar todas as suas poupanças na sua casa
Utilizar todas as suas poupanças para comprar casa pode revelar-se um dos maiores erros. Atualmente, segundo análise recente do jornal Expresso, o preço das casas cresce três vezes mais que o rendimento das famílias. Contudo, não significa que tenha de gastar todo o seu dinheiro para comprar casa. Aliás, se o fizer, pode vir a perder as duas coisas: as suas poupanças e a sua casa por incumprimento.
Para fazer face a este crescimento, existem algumas alternativas que pode ponderar. Pode, por exemplo, ponderar fazer um trabalho extra para aumentar os seus rendimentos, apostar na sua formação para encontrar um melhor emprego, procurar uma habitação mais para os arredores da cidade, entre outras opções.
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Não prestar atenção aos detalhes da casa
Uma das situações a que deve estar atento é a qualidade e estado atual da habitação. Por vezes, muitos proprietários optam por fazer obras para apenas "embelezar", sem fazer reparações profundas que podem ser necessárias. Isto significa que pode estar a "comprar gato por lebre" sem se aperceber. Não se deixe impressionar pelos detalhes que "enchem o olho" e foque-se nos aspetos importantes: canalização, desgaste do telhado, possíveis sinais de infiltrações, entre outros.
As obras que custam mais dinheiro são as estruturais, que muitas vezes não mudam nada no aspeto da casa e, como tal, são "desvalorizadas". Por essa razão, deve questionar sempre o proprietário sobre este tipo de obras, se alguma vez foram feitas e o que foi realizado para resolver o problema, faturas que este tenha guardado, etc.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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