Literacia financeira

9 dicas para ajudar os seus filhos a saberem gerir dinheiro

Quer saber como pode ensinar os seus filhos a gerirem o seu dinheiro? Conheça 9 estratégias que o podem ajudar nesta tarefa.

Literacia financeira

9 dicas para ajudar os seus filhos a saberem gerir dinheiro

Quer saber como pode ensinar os seus filhos a gerirem o seu dinheiro? Conheça 9 estratégias que o podem ajudar nesta tarefa.

Quer ajudar os seus filhos a saberem gerir dinheiro sem grandes dores de cabeça? Saiba que existem algumas estratégias e dicas que facilitam o seu trabalho enquanto pai ou mãe. No entanto, lembre-se que, para os seus filhos terem uma boa relação com o dinheiro, precisa de estar à vontade com este tema e estar munido de exemplos para explicar as inúmeras dúvidas que podem surgir. Neste artigo, conheça 9 dicas que o podem ajudar nesta tarefa.

1 - Mostre o significado do dinheiro

Se tem filhos pequenos, mas quer começar a transmitir-lhes algumas noções de como devem gerir o dinheiro, primeiro deve introduzir o conceito de dinheiro. Na prática, o dinheiro é um meio de troca. É este que permite pagar um produto e, em troca, ser o seu proprietário.

Logo, a forma mais fácil de apresentar o dinheiro aos seus filhos é colocar algumas moedas e notas em cima da mesa. Assim, pode mostrar que cada nota e moeda tem o seu valor, organizando as mesmas de forma crescente. Depois, pode, por exemplo, simular a compra de um presente de baixo valor. Mostre ao seu filho quantas moedas e notas iria precisar para comprar aquele presente.

No entanto, é preciso ter atenção para não passar a ideia que o dinheiro é infinito. Reforce que o dinheiro não nasce nas árvores. Aproveite para explicar que esse dinheiro que está em cima da mesa é fruto do trabalho dos pais. Os pais trabalham todos os meses e no final do mês recebem um valor mais ou menos fixo, que é o seu salário.

Para conseguirem pagar as contas e ainda terem dinheiro para oferecer esse presente, precisam de gerir o salário de forma estratégica (através de um orçamento). Isto porque conforme as contas são pagas, o dinheiro vai diminuindo.

Assim, é preciso tomar decisões inteligentes e tentar poupar o máximo de dinheiro possível mensalmente, pois este ciclo repete-se todos os meses e há gastos inesperados.

Leia ainda: Literacia financeira infantil: Como falar de dinheiro com crianças?

2 - Explique a diferença entre compras essenciais e desejos/caprichos

Gerir dinheiro não é uma tarefa fácil para muitos adultos. No entanto, quando ensina algo às crianças em tenra idade, estas ainda não têm maus hábitos que dificultam a sua aprendizagem. Assim, para esta tarefa ser mais fácil e as crianças conseguirem fazer uma boa gestão do dinheiro, precisam de saber a diferença entre compras por necessidade (as essenciais) e as que são feitas por desejos ou caprichos. Nesta área, não há nada como usar exemplos.

Explique que uma compra essencial é um artigo que precisa neste momento. Pode ser, por exemplo, cadernos para a escola, o equipamento para uma atividade extracurricular ou até os lanches/refeições que faz na escola. Já as compras por desejo estão, por norma, associadas a uma vontade de ter algo que não é prioritário nem essencial. Aqui pode usar como exemplo a compra de uma consola ou de um telemóvel.

Depois de o seu filho entender este conceito, fica mais simples de explicar que o dinheiro deve ser gasto de acordo com as prioridades. Ou seja, primeiro deve garantir que tem dinheiro para comprar algo que é essencial. Depois, com o dinheiro que sobrar, deve juntar para uma compra que não é prioritária. Pode dar-lhe o exemplo que, se fizesse este processo de forma inversa, poderia ficar sem comer ou sem poder praticar uma atividade que gosta.

Leia ainda: 6 dicas para gerir os sonhos e desejos das crianças

3 - Aborde o valor do dinheiro e a importância da poupança

Conforme os seus filhos vão compreendendo os conceitos anteriores, passa a ser importante abordar o valor do dinheiro e da poupança. As crianças mais novas não têm a capacidade de perceber se um produto é caro ou barato. Logo, pode usar a lista de desejos que a criança tem para mostrar quais são os brinquedos baratos e caros.

Aproveite para explicar que o orçamento dos pais é limitado. Assim, é normal que precisem de poupar para oferecerem esses presentes. E os brinquedos de valor mais elevado requerem uma poupança maior, que leva mais tempo a alcançar.

Se os seus filhos forem muito novos para terem uma semanada ou mesada, pode dizer-lhe que quando tiverem o seu próprio dinheiro também vão ter de poupar para terem o que desejam. Esta é uma boa altura para oferecer o primeiro mealheiro aos seus filhos. Sempre que receberem moedas, incentive-os a guardar algumas no mealheiro.

4 - Implemente uma semanada/mesada para conseguirem gerir o dinheiro de forma autónoma

Caso os seus filhos já tenham alguma maturidade, pondere conceder-lhes uma semanada ou mesada para conseguirem gerir o dinheiro de forma autónoma. Lembre-se que a semanada ou mesada deve ter um valor fixo.

Por norma, entre os 5 e os 12 anos é concedida uma semanada às crianças, pois o valor é menor e é mais fácil de gerir. A partir dessa idade, os jovens começam a ter uma melhor noção do tempo, e a sua capacidade de gestão financeira aumenta. Logo, a mesada nestas idades pode fazer mais sentido.

Contudo, cabe aos pais decidirem qual a melhor solução a implementar, assim como o valor que atribuem de semanada ou mesada. No entanto, este valor deve ter sempre em conta o orçamento familiar atual.

Um dos pontos mais importantes de conceder uma semanada ou mesada aos seus filhos é que estes consigam gerir o seu dinheiro da melhor forma. Inicialmente, deve explicar quais são os gastos essenciais que a semanada ou mesada deve cobrir. Depois, relembre os seus filhos que devem guardar uma parte do dinheiro num mealheiro reservado para as poupanças.

Caso queira implementar o método dos três mealheiros, ofereça aos seus filhos um mealheiro para gastar, outro para guardar o dinheiro e um último para ajudar. Desta forma, ensina-lhes que primeiro devem preocupar-se com os gastos essenciais e o dinheiro que sobrar deve ser para poupar, mas também para ajudar quem mais precisa.

Se tiver filhos adolescentes, lembre-se que, nessa fase, deve dar-lhes mais responsabilidades para prepará-los para a vida adulta. Dito isto, a mesada deve contemplar alguns pagamentos de despesas fixas pessoais, como o cartão do bar da escola, carregamento do telemóvel, subscrições, entre outros gastos.

Leia ainda: Como posso definir a semanada ou mesada do meu filho?

5 - Fale abertamente sobre os problemas de cair em atos consumistas

Seja idoso, adulto, jovem ou criança, todos nós já cedemos ao consumismo várias vezes. Afinal, vivemos numa sociedade que incentiva constantemente ao consumo.  

Contudo, é fundamental contrair as compras por impulso e evitar ao máximo atos consumistas. Além de comprar muitas vezes coisas que não precisa, este tipo de gestos acaba por afetar as suas finanças pessoais. Logo, ensinar as crianças desde cedo sobre os perigos do consumismo é fundamental. 

Para o ajudar nesta tarefa, pode apresentar algumas estratégias aos seus filhos. Por exemplo, ensine-lhes que, antes de irem às compras, devem planear o que vão comprar e limitar-se a esse planeamento.

Antes das idas ao supermercado, deve ser feita uma lista do que é preciso comprar. E essa lista deve ser seguida à risca. Caso encontrem produtos em promoção, devem sempre colocar a pergunta: Será que preciso mesmo deste produto?

Por fim, esta é uma excelente fase para introduzir o conceito de dívida e os perigos do endividamento. Dê alguns exemplos que podem levar à criação de dívidas, como gastar mais do que se recebe e não ter dinheiro para pagar as contas essenciais e recorrer a dinheiro que não é deles (como cartões de crédito ou financiamentos).

Leia ainda: 6 dicas sobre ensinar os jovens a lidar com o consumismo

6 - Inclua os seus filhos em algumas tarefas e não tenha medo de atribuir-lhes certas responsabilidades

Dependendo da família, há crianças e jovens que estão envolvidos em certas tarefas. Embora esta seja uma decisão dos pais, ao incluir os seus filhos em algumas tarefas, dando-lhes certas responsabilidades, está a ajudá-los a ganhar maturidade financeira e não só.

Por exemplo, além das típicas tarefas domésticas que incutem responsabilidades em casa, como arrumar o quarto e levantar o prato da mesa, existem outro tipo de tarefas que ajudam os seus filhos a gerir dinheiro e um futuro orçamento. São estas:

  • A identificação de produtos alimentares (e não só) que existem na dispensa: evita o desperdício.
  • Fazer uma lista em conjunto com os pais do que é e não é preciso comprar: reduz encargos;
  • Dar a lista ao seu filho no supermercado e incutir-lhe a responsabilidade de ir buscar os produtos da lista: melhora as práticas do bom consumo;
  • Incentivar os seus filhos, através de atividades lúdicas, a eliminar o desperdício em casa, seja este alimentar, energético ou de água: evita desperdícios e gera poupança.

Estas são apenas algumas atividades que ajudam os seus filhos a ganhar bons hábitos para o futuro. No entanto, para que as crianças e os jovens não vejam estas tarefas de forma aborrecida, tente criar jogos em torno destas atividades.

Leia ainda: 5 tarefas que podem criar bons hábitos financeiros nas crianças

7 - Mostre o poder de comparar antes de comprar na gestão do dinheiro

Hoje em dia, comparar preços é cada vez mais fácil. E esta tarefa pode levar-nos a poupar uma quantia significativa, uma vez que existem inúmeras lojas a vender os mesmos produtos. No entanto, os mais novos não têm noção de que um produto pode ter um preço diferente noutra loja, além de que têm tendência a querer fazer compras imediatas.

Por estes dois motivos, é fundamental ensinar as crianças a serem pacientes e a comparar preços em várias lojas antes de realizarem qualquer compra. Estes dois ensinamentos são valiosos na vida adulto, pois evitam compras por impulso e promovem uma poupança significativa a longo prazo.

Leia ainda: Dinheiro e crianças: 12 lições financeiras para cada mês do ano

8 - Acompanhe o processo de gestão, mas não interfira nas decisões

Após passar todos estes ensinamentos, é hora de ver como é que os seus filhos passam da teoria à prática. Inicialmente, é normal que se sinta tentado a interferir nas decisões que as crianças e jovens tomam. Mas não o faça. Lembre-se que esta é a fase de deixar os seus filhos assumirem o controlo e tomarem as suas próprias decisões. Se errarem, existe sempre margem para corrigirem os erros e não voltarem a repeti-los no futuro.

Por exemplo, se os seus filhos gastarem a semanada ou mesada toda, não deve dar-lhes um valor adicional nessa semana ou mês. Da mesma forma que não deve estar constantemente a dizer-lhes o que devem ou não comprar, ou que decisões devem tomar.

Nestas situações, deve acompanhar o processo de decisão dos seus filhos e apenas relembrá-los de que são responsáveis pelas suas decisões sobre o seu próprio dinheiro. Se fizerem más escolhas, ou ficarem sem dinheiro, vão ter de lidar com a consequência de não ter dinheiro até à próxima semanada ou mesada. Desta forma, os seus filhos vão entender que o dinheiro não é inesgotável e que precisam de ser mais responsáveis na gestão que fazem.

9 - Seja um modelo a seguir

Por último, mas não menos importante, enquanto pai ou mãe, deve ter em conta que os seus filhos vão copiar o seu comportamento. Por isso, seja um modelo a seguir. De nada adianta ensinar bons hábitos de consumo ou estratégias de literacia financeira, se depois não aplica o que está a ensinar.

Por isso, se quer iniciar este processo junto dos filhos, olhe também para os seus hábitos, aproveite para fazer um novo orçamento familiar, rever as suas estratégias de poupança e colocar as suas finanças pessoais de boa saúde. Quando as crianças presenciam boas práticas no seio familiar, têm maior facilidade em tomar boas decisões financeiras.

Leia ainda: Educação financeira: O que ensinar em cada idade

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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