Finanças pessoais

O que nunca deve fazer com o seu fundo de emergência

O fundo de emergência é fundamental para a nossa estabilidade financeira. Por isso, uma má utilização pode "deitar por terra" todo o esforço.

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O que nunca deve fazer com o seu fundo de emergência

O fundo de emergência é fundamental para a nossa estabilidade financeira. Por isso, uma má utilização pode "deitar por terra" todo o esforço.

O fundo de emergência tem um papel fundamental no que diz respeito à estabilidade financeira de cada um de nós. Por isso, uma má utilização pode "deitar por terra" todo o esforço e dedicação que teve para poupar. Conheça, neste artigo, alguns cuidados que deve ter e saiba o que deve evitar para não comprometer esta quantia dedicada a emergências.

Investir o seu fundo de emergência

Investir o dinheiro do seu fundo de emergência na bolsa de valores, de forma a rentabilizá-lo para não perder valor face à inflação, pode não ser a solução ideal para estas quantias que o protegem em “dias de chuva”. Em vez disso, pondere colocar o dinheiro numa conta poupança. Especialmente, se esta lhe permitir movimentar o dinheiro a qualquer momento, sem pagar quaisquer tipo de comissões ou taxas por resgate antecipado.

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Usar a mesma conta à ordem para o fundo de emergência

Ainda que possa parecer mais simples manter "tudo no mesmo saco", pode não ser uma boa estratégia. Combinar o dinheiro que utiliza para despesas do dia a dia com o seu fundo de emergência, pode levá-lo a gastar mais do que deveria, sem se aperceber. Na prática, ao ter o dinheiro concentrado numa única conta, pode ser difícil perceber qual o valor dedicado ao seu fundo de emergência. Por isso, é importante separar este montante destinado a situações inesperadas. Assim, não vai ceder a tentações de momento e que podem comprometer a sua estabilidade financeira.

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Pagar despesas não urgentes com o fundo

Ainda que possa ser tentador recorrer ao seu fundo de emergência para compras como um telemóvel ou uma televisão, sem que nenhum deles lhe esteja a fazer falta, deve evitar ceder a esse impulso. Este tipo de despesas não são urgentes e, como tal, pode estar a comprometer a sua estabilidade financeira.

Por exemplo, se gastar o seu fundo para pagar umas férias ou nas suas compras de Natal, pode vir a enfrentar problemas financeiros quando, realmente, surgir uma emergência. Se lhe for difícil manter esta disciplina financeira, para tentar contornar esta situação, opte por "separar as águas". Isto significa colocar, mensalmente, numa conta separada um certo montante para cobrir estas despesas não urgentes. Assim, sabe que essa conta tem esse intuito. Já aquela que contém o seu fundo de emergência, apenas pode ser movimentada num caso urgente e de necessidade.

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Emprestar dinheiro do seu fundo de emergência

Quando alguém próximo, seja um amigo ou membro da família, lhe pede dinheiro emprestado, nem sempre é fácil recusar. Isto, porque existe uma relação próxima e a nossa tendência é ajudar. Isto é ainda mais verdade se já estiver numa boa situação financeira e possa despender de uma quantia generosa, sem lhe causar desconforto. No entanto, por mais simpático que isto possa ser, ao emprestar dinheiro do seu fundo de emergência pode ver-se numa situação complicada se tiver uma despesa inesperada. 

Para juntar uma quantia que cubra seis meses de despesas sem quaisquer rendimentos, muitas pessoas demoram anos. Por exemplo, se gastar 500 euros em despesas por mês e poupar 10% do seu rendimento de 700 euros todos os meses, vai demorar cerca de três anos e meio para juntar o equivalente a seis meses de despesas (3 mil euros). Isto, se nunca falhar o objetivo de poupança. No entanto, muitas vezes, surgem sempre despesas de saúde ou reparações que são impossíveis de prever. Por isso, não deve “largar” este montante de forma leve para despesas não urgentes, ainda que lhe custe dizer “não” a alguém próximo. 

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Considerar todas as despesas como urgentes

Despesas como refeições fora ou férias não devem ser contabilizadas para a constituição do seu fundo de emergência. Em situações urgentes, dificilmente terá este tipo de despesas. Como tal, colocá-las como prioridade só dificulta o processo e o tempo necessário para salvaguardar “os dias chuvosos”. Por isso, considere apenas o estritamente necessário, como: 

  • Renda ou mensalidade do crédito habitação; 
  • Despesas com água, eletricidade e Internet;
  • Despesas com alimentação;
  • Pagamento de impostos;
  • Apólices de seguros.

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Colocá-lo num local inseguro

Colocar o seu fundo de emergência “debaixo do colchão” pode não ser a melhor solução. Ainda que “debaixo do colchão” seja de fácil acesso, existe sempre o risco de ser assaltado ou ter a infelicidade de acontecer um incêndio ou outro desastre natural. Assim sendo, pondere a alternativa de abrir uma conta bancária, só para este efeito. Assim, vai estar protegido pelo fundo de garantia de depósitos, para montantes até 100 mil euros.

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Não repor o dinheiro após uma emergência

Se necessitar de utilizar parte ou a totalidade do seu fundo de emergência, de forma a pagar despesas médicas inesperadas ou até mesmo reparações urgentes no seu automóvel, tente repor o mais rapidamente possível. Devido à imprevisibilidade deste tipo de situações, ao reequilibrar este “fundo de maneio”, pode estar a evitar o recurso a crédito num futuro próximo.

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Não poupar dinheiro suficiente

Ter poupanças suficientes para aguentar seis meses de despesas sem qualquer rendimento é um bom começo, mas depende sempre da realidade de cada agregado familiar. Se tiver um emprego estável e não tiver dependentes, provavelmente, não necessita de um montante tão elevado. Já alguém com dependentes e um emprego com rendimento variável, como é o caso dos trabalhadores independentes, o caso muda de figura. Por isso, deve avaliar a sua situação profissional e pessoal, e definir um montante com que se sinta confortável.

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Não ajustar o fundo a uma realidade diferente

Se estiver perto do nascimento de um filho ou tem intenções de se mudar para uma casa nova, muito provavelmente vai ter de ajustar o seu fundo de emergência a essa nova realidade. Da mesma forma, se souber que pode perder o seu emprego a curto prazo, deve também acautelar esta situação, reforçando o montante para o seu fundo.

No entanto, o contrário também acontece. Por exemplo, após os seus filhos terminarem os estudos e saírem de casa, tendencialmente os custos mensais descem. Com isso, pode diminuir a contribuição mensal para o seu fundo de emergência. Como já não necessita de um montante tão elevado, pode aplicá-lo de outra forma.

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Utilizar fundo para aproveitar oportunidades

Quando existem oportunidades, sejam profissionais ou pessoais, pode sentir-se tentado a utilizar o dinheiro para emergências e redirecioná-lo para “agarrar” o momento. No entanto, existem diversos riscos associados a esta decisão. Ainda que esteja numa situação financeira confortável deve ponderar bem, antes de tomar qualquer decisão. Por essa razão, da mesma forma que deve poupar algum dinheiro para acautelar emergências, também deve fazê-lo para usufruir das oportunidades.

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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