Crédito

Porque é que o meu crédito pode ser recusado?

Um crédito pode ser recusado devido aos seus rendimentos, à taxa de esforço, prestações em atraso ou até pequenos detalhes.

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Porque é que o meu crédito pode ser recusado?

Um crédito pode ser recusado devido aos seus rendimentos, à taxa de esforço, prestações em atraso ou até pequenos detalhes.

Ao pedir um crédito ao banco, o seu pedido é analisado para obter a pré-aprovação do financiamento. Durante este procedimento, a instituição avalia o risco de conceder-lhe o montante que pediu, tendo em conta o seu perfil como cliente, histórico de pagador, a sua situação profissional e financeira. Caso o banco identifique que existe um risco elevado de não conseguir pagar as suas prestações a longo prazo, o seu crédito pode ser recusado.

Descubra porque é que o seu crédito pode ser recusado e o que pode fazer para reduzir essa probabilidade.

Compreenda os passos da pré-aprovação de um crédito

Quando faz uma simulação de crédito online, os resultados indicados não são vinculativos, uma vez que as condições apresentadas não têm em conta vários fatores, como o risco do financiamento. Na prática, uma simulação serve apenas para ter uma estimativa de quanto ficaria a pagar pelo empréstimo que deseja.

Mas quando solicita a pré-aprovação do seu crédito, há uma análise minuciosa do risco da concessão do financiamento.

No caso de estar numa situação profissional estável, com um contrato de trabalho sem termo (efetivo), o risco recai sobre os seus rendimentos, a sua taxa de esforço e o seu histórico enquanto pagador. Além disso, o banco analisa a sua idade, pois esta tem impacto no prazo estabelecido para amortizar o seu crédito. Por fim, o banco olha atentamente para o seu mapa de responsabilidades do Banco de Portugal, e vê se falhou o pagamento de prestações de crédito no passado ou se está numa situação de incumprimento.

Se o financiamento for pedido em conjunto com outra pessoa, esta análise realiza-se sobre os dois elementos.

Leia ainda: Simulação e aprovação de crédito: Quais as principais diferenças?

Que documentos são pedidos nesta fase?

Depende do tipo de crédito que quer contratar. Por exemplo, no caso de um crédito habitação, as instituições financeiras pedem os seguintes documentos:

Leia ainda: LTV: Que importância tem no seu crédito habitação?

Quando é que o meu crédito pode ser recusado com base nos meus rendimentos?

Por norma, quando pede um crédito, independentemente da sua finalidade, deve avaliar a sua capacidade financeira para suportar um empréstimo. Afinal, em alguns casos, pode ficar a pagar prestações fixas durante vários anos ou ter de suportar prestações durante décadas que podem oscilar ao longo do tempo, se tiver uma taxa variável.

Logo, o seu foco não deve ser se consegue pagar a prestação atualmente, mas sim ao longo do contrato, mesmo que a taxa de juro suba. Isto porque os bancos vão ter esse fator em consideração.

No momento de análise do risco, a instituição de crédito vai olhar para os seus rendimentos com base na sua última declaração de IRS e nota de liquidação, para os seus recibos de vencimento/recibos verdes, mas não só. Em financiamentos mais elevados, geralmente, os bancos têm em consideração o valor de poupanças, investimentos e outro tipo de rendimentos que constam nos seus extratos bancários.

Por isso, se não tiver uma situação financeira estável, aufira rendimentos incertos ou se o seu orçamento familiar ficar "apertado" com a contratação de um novo financiamento, o seu crédito pode ser recusado.

Para que tal não aconteça, antes de pedir um financiamento, adote boas práticas de gestão financeira e foque-se em aumentar o saldo da sua conta bancária.

Leia ainda: Crédito habitação: Quais os rendimentos considerados pelo banco

A taxa de esforço é um dos principais motivos para o meu crédito ser recusado?

Embora não seja o único motivo que leva um crédito a ser reprovado, a sua taxa de esforço é um fator determinante para obter o financiamento que precisa. Em primeiro lugar, porque nenhuma instituição de crédito pode conceder um novo empréstimo quando a sua taxa de esforço supera os 50%.

Logo, os bancos vão sempre efetuar o cálculo da sua taxa de esforço. A taxa de esforço é um indicador que demonstra o peso das prestações de crédito nos rendimentos líquidos de um agregado familiar. Mas se não sabe como é feito o cálculo, apresentamos a fórmula:

Taxa de esforço = (Montante total de prestações financeiras / rendimento mensal líquido do agregado familiar) x 100

A título de exemplo, imagine que o rendimento líquido do seu agregado familiar é de 2.500 euros. Caso não tenha nenhum crédito contratado e pretenda comprar uma casa, uma prestação mensal de um crédito habitação de 600 euros representa uma taxa de esforço de 24% [(600/2500)x 100].

Esta taxa é bom indicador para o seu crédito ser aprovado, uma vez que as instituições financeiras aconselham que na contratação de um crédito habitação a taxa de esforço não supere os 30% dos rendimentos.

Contudo, imagine que pretende contratar um crédito habitação com a mesma prestação de 600 euros, mas tem uma prestação de 250 de um crédito automóvel e 180 euros por liquidar em cartões de crédito. Neste caso, a sua taxa de esforço é de 41%.

Embora esta não ultrapasse os 50%, a instituição pode ver um nível de risco preocupante. Aqui tudo vai depender da instituição de crédito. Esta pode recusar o seu pedido ou pedir-lhe garantias adicionais (como adicionar um fiador ao contrato) para aprovar o seu financiamento.

Se precisar de ajuda para efetuar estes cálculos, recorra ao Simulador de Taxa de Esforço.

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O crédito pode ser recusado devido ao meu histórico enquanto pagador?

Sim, pode. Aliás, um bom histórico como pagador é fundamental para a aprovação de um crédito. Quando envia os seus extratos bancários e o extrato dos seus cartões de crédito, o banco percebe rapidamente se tem ou não um histórico de bom pagador.

Isto porque estes documentos permitem ver como gere as suas finanças, tendo em conta os valores que entram e saem da sua conta bancária. Além disso, a instituição de crédito analise se o seu saldo já esteve negativo, se recorre aos seus cartões de crédito para pagar as suas despesas mensais e até se houve atrasos nos pagamentos de certas obrigações.

No entanto, o maior foco recai sobre o seu Mapa de Responsabilidades do Banco de Portugal. É através deste documento que o banco sabe quais os créditos que estão ativos e se tem prestações em atraso. Caso esteja em incumprimento, a pré-aprovação do seu crédito é negada.

Leia ainda: Como saber se tem incidentes no Banco de Portugal?

Como reduzir as probabilidades do meu crédito ser recusado?

A probabilidade de um banco recusar o seu pedido de crédito diminui, se preparar esta contratação. Ou seja, se a finalidade do seu crédito é concretizar um objetivo, tente reduzir a sua taxa de esforço e estabilizar as suas finanças pessoais.

Ao liquidar dívidas de cartões de créditos antes de pedir um novo financiamento, a sua taxa de esforço vai baixar. Caso não consiga fazer uma amortização total das suas dívidas, se tiver, no mínimo, dois créditos ao consumo, pode ponderar uma consolidação de créditos.

Com um crédito consolidado consegue pagar as dívidas dos contratos que tem a decorrer. E dado que este novo financiamento costuma ter uma taxa de juro mais baixa do que a média das taxas que paga pelos outros créditos, pode alcançar uma poupança mensal até 60%. A poupança depende dos créditos contratados, taxas de juro, maturidades e valor total em dívida. No entanto, a maioria das pessoas consegue reduzir os seus encargos com créditos e baixarem a sua taxa de esforço.

Quanto aos documentos que precisa de enviar para a pré-aprovação do seu crédito, tenha em conta o período a que estes dizem respeito. Precisa de enviar os três últimos extratos da sua conta. Logo, é fundamental que nesses últimos meses faça uma gestão equilibrada do seu orçamento e não se atrase no pagamento das suas obrigações.

Tenha ainda atenção ao comprovativo de morada que envia. Dado que este pode ser uma fatura da eletricidade, água ou telecomunicações, é essencial que esse documento não indique valores em atraso.

Leia ainda: Crédito recusado: O motivo pode estar nos documentos que enviou

Está em risco de incumprimento? Não é altura de pensar num novo financiamento

Por fim, se está em risco de entrar em incumprimento ou já está em incumprimento, esta não é a altura indicada para pensar num novo financiamento.

Perante esta situação, deve informar-se sobre os mecanismos de ajuda para a prevenção ou resolução do incumprimento, PARI e PERSI.

Leia ainda: PERSI: Posso pedir para ser integrado?

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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